segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Nutrição


“Má alimentação prejudica a saúde de mais de 200 milhões de crianças
 no mundo” diz UNICEF

Bissau, 21 Out 19 9ANG) – O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) alertou hoje que a má alimentação prejudica a saúde de mais de duzentos milhões de crianças com menos de cinco anos de idade, em todo o mundo.

O alerta vem expresso numa nota à imprensa enviada à  ANG, na qual  esta organização mundial  de proteção das crianças confirma, citando o relatório de  2019, a existência de um número considerado “assustador” de duzentos milhões de crianças desnutridas ou com sobrepeso.

O documento refere ainda que 149 milhões de crianças têm baixa de crescimento, ou são muito baixas para sua idade, 50 milhões estão com peso baixo para sua altura, 340 milhões ou uma em cada duas sofrem de deficiências em vitaminas e nutrientes essenciais, como vitamina A e ferro e 40 milhões de crianças estão acima do peso ou obesas. 

“Duas em cada  três crianças entre seis meses e dois anos de idade não recebem alimentos necessários para sustentar o crescimento adequado do seu corpo e cérebro. O que coloca em risco o desenvolvimento cerebral das mesmas deixando-as sujeitas à dificuldades de aprendizagem, baixa imunidade, aumento de infeções e, em muitos casos a morte”, refere a nota.

Segundo o relatório,  as tendências globais se confirmam  na Guiné-Bissau, aonde cerca de três em cada dez crianças sofrem de desnutrição crónica, apresentando estrutura baixa em relação a sua idade.

O relatório disponibiliza a avaliação mais abrangente jamais vista no século XXI sobre todas as variantes de desnutrição infantil em todas as suas formas.

O mesmo descreve uma definição tripla de desnutrição, a fome oculta causada pela falta de nutrientes essenciais, a desnutrição e excesso de peso entre crianças com menos de cinco anos de idade.

 Segundo o relatório da UNICEF, as más práticas alimentares e de amamentação começam desde o primeiro dia da vida de uma criança. embora a amamentação possa salvar vida.

“Apenas 42 por cento das crianças com menos de seis meses são amamentadas exclusivamente e um número crescente de crianças são alimentadas de acordo com fórmulas de alimentação infantil. As vendas de alimentos à base de leite aumentaram 72 por cento entre 2008 e 2013 em países de rendimento médio e alto, como no Brasil, China e Turquia, em grande parte devido ao marketing inadequado e políticas e programas fracos para proteger, promover e apoiar a amamentação.

O relatório observou que o maior ônus da desnutrição em todas as suam formas é suportado por crianças adolescentes das comunidades mais pobres e marginalizadas.

Apenas um em cada cinco crianças de seis meses a dois anos são das famílias mais pobres  e tem uma alimentação diversificada para um crescimento saudável.

Mesmo em países de alto rendimento, como o Reino Unido, a prevalência de excesso de peso é mais do que o dobro nas áreas mais pobres e nas áreas mais ricas.

 O documento mostra que os desastres relacionados ao clima também causam graves crises alimentares, nomeadamente a seca, que é responsável por 80 por cento dos danos e perdas na agricultura, alterando drasticamente os alimentos disponíveis para crianças e famílias, bem como a qualidade e o preço desses mantimentos.

A UNICEF reitera que promover a nutrição saudável das crianças é tarefa de todos, apelando o governo, sector privado, doadores, pais e famílias e empresas que ajudem crianças a crescer saudáveis:

Apoiando na capacitação de famílias, crianças, e jovens para que exijam alimentos adequados e saudáveis, inclusive melhorando a educação nutricional e usando legislação comprovada, como impostos sobre açúcar para reduzir a demanda por alimentos não saudáveis;

Instar os fornecedores de alimentos para que façam o que é certo para as crianças, incentivando o abastecimento de alimentos saudáveis, convenientes e acessíveis;

Construir ambientes alimentares saudáveis para crianças e adolescentes usando abordagens comprovadas, como rotulagem precisa e fácil de entender e controlos mais fortes sobre a comercialização de alimentos não saudáveis, e
mobilizar sistemas de apoio de saúde, educação, água e saneamento e a proteção social para melhorar a alimentação e a nutrição de todas as crianças,  . ANG/JD//SG

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