CPLP/Secretariado está afundado “no marasmo da burocracia” – empresários
Em entrevista à Lusa no âmbito dos 25
anos da CPLP, Salimo Abdula disse que a CE-CPLP continua “a ser persistente nos
objectivos que possam ser de grande utilidade para o desenvolvimento económico
e social da comunidade” e disse esperar “mais visão e mais apoio da parte
política e apoio do secretariado da CPLP, que muitas vezes parece estar feito
para ficar no marasmo da burocracia e pouca acção”.
As declarações do empresário
moçambicano surgem nas vésperas da Cimeira de Luanda, que reúne os chefes de
Estado e de governo da CPLP para a passagem da presidência rotativa, que Cabo Verde
vai entregar a Angola este mês.
Salimo Abdula revelou que a CE-CPLP
não foi convidada para participar, ainda que o quarto pilar da CPLP, o da
economia e cooperação empresarial, seja uma prioridade assumida por todos.
“A CE-CPLP não recebeu nenhum convite
para participar, o que acontece pela primeira vez nestas cimeiras, portanto não
vai estar presente, pelo menos formalmente”, disse Salimo Abdula, acrescentando
que o delegado de Angola, que é vice-presidente da confederação, estará em
Luanda, mas para participar numa conferência que decorre à margem da
conferência.
Salimo Abdula disse que a pandemia
traz muitas limitações à movimentação das pessoas e apontou que “havia dúvidas
sobre se a cimeira era virtual ou presencial, e por isso optámos por não nos movimentarmos
sem algo em concreto, porque isto implica gastos e é preciso objectividade,
como não recebemos nada oficial nem de Cabo Verde nem de Angola, optámos por
ficar quietos, mas atentos”.
Questionado sobre se não acha estranha
a falta de convite num contexto em que a economia está na linha da frente das
preocupações dos governos, a braços com a recuperação económica da pandemia de
covid-19, Salimo Abdula respondeu: “Não achamos estranho, o mundo está do
avesso, está complicado, nós organizámos a cimeira empresarial de Malabo, mas
com muito risco, foi o primeiro grande evento no contexto da pandemia, com
todos os cuidados e correu bem, portanto neste caso de Angola não sou eu que
tenho de responder, têm de ser os organizadores”.
Na entrevista à Lusa, o líder dos
empresários lusófonos disse que os últimos anos têm sido marcados “por uma luz
ao fundo do túnel para os empresários e os cidadãos”, referindo-se à prioridade
dada ao quarto pilar, depois da concertação política e diplomática, a
cooperação em todas as áreas e a promoção e difusão da língua portuguesa.
“Finalmente isto vai acontecer, o secretariado da CPLP e a presidência de Angola pretendem dar um foco muito mais objectivo ao pilar económico e à cooperação empresarial”, concluiu. ANG/Inforpress/Lusa
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