Rússia/Putin apoia plano chinês para
resolução da guerra na Ucrânia
Bissau, 15 Mai 24 (ANG) – O Presidente russo,
Vladimir Putin, apoiou hoje a proposta de resolução da guerra na Ucrânia
apresentada pela China, país onde inicia na quinta-feira uma visita oficial de
dois dias.
Em
entrevista à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, Putin expressou uma
opinião favorável à posição de Pequim sobre uma solução política para o
conflito.
O
líder russo apreciou o facto de a China compreender "as raízes e o impacto
geopolítico" da guerra, referindo-se a um documento publicado em fevereiro
de 2023 que delineia a posição de Pequim sobre a "Resolução Política da
Crise Ucraniana", como o conflito é designado no país.
Este
documento, que inclui uma proposta de 12 pontos, reflete o "desejo sincero
da China de estabilizar a situação" e sugere uma abordagem que evita a
"mentalidade da Guerra Fria", segundo Putin.
O
líder russo sublinhou os "quatro princípios para a resolução
pacífica" da guerra promovidos há um mês pelo seu homólogo chinês, Xi
Jinping, que "se enquadram perfeitamente" na proposta chinesa e
garantem "uma segurança indivisível e o respeito pelo direito
internacional e pela Carta das Nações Unidas".
Putin
sublinhou que o seu país "não se recusou a negociar" para resolver o
conflito que dura há mais de dois anos.
"Estamos
abertos ao diálogo sobre a Ucrânia, mas essas negociações devem ter em conta os
interesses de todos os países envolvidos no conflito, incluindo o nosso",
afirmou.
A
visita de Putin à China, que começa na quinta-feira e se prolonga até ao dia
seguinte, segue-se a uma recente viagem de Xi à Europa, no meio de pressões do
Ocidente para que o líder chinês use a sua influência junto do homólogo russo
para pôr fim à ofensiva na Ucrânia.
A
digressão de Xi, que não visitava a Europa há cinco anos, incluiu paragens
em França, Sérvia e Hungria.
Pequim,
que aprofundou os seus laços com Moscovo desde o início do conflito, apelou à
realização de uma conferência internacional "reconhecida tanto pela Rússia
como pela Ucrânia" para retomar o diálogo.
O
primeiro ponto do plano chinês destacou a importância de “respeitar a
soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia. “O Direito
internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios
da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado”, lê-se na
proposta.
“A
soberania, independência e integridade territorial de todos os países devem ser
efetivamente preservadas”, apontou.
O
Governo chinês apelou ainda ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo
frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados
Unidos.
“A
segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou
expansão de blocos militares”, afirma-se no documento, numa crítica implícita
ao alargamento da NATO. “Os legítimos interesses e preocupações de segurança de
todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente”.
A
visita de Putin surge também depois de, no final de abril, o Secretário de
Estado norte-americano, Antony Blinken, ter apelado a Pequim para que "não
ajude a Rússia" e não forneça ao país vizinho componentes que possam ser
utilizados na sua guerra contra a Ucrânia.
Pequim
negou ter vendido armas à Rússia e afirma ter uma relação comercial
"normal" com Moscovo.
No
entanto, as autoridades norte-americanas alertaram nas últimas semanas que as
empresas chinesas estão a ajudar a indústria de armamento da Rússia, vendendo
equipamento que pode ser utilizado para produzir mísseis balísticos. ANG/Lusa
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