França/Penas para acusados de estupro de francesa dopada por marido superam média de condenações por agressão sexual no país
Bissau, 28 Nov 24 (ANG) - Penas
de 4 a 20 anos de prisão foram requeridas pela promotoria contra os 51 acusados
no julgamento de estupro de Gisèle Pelicot, sedada pelo marido para ser
violentada por outros homens.
As alegações finais da acusação,
quando as partes têm a última oportunidade de expor seus argumentos, começaram
na segunda-feira (25) e terminaram na manhã de quarta-feira (27), diante do
tribunal criminal de Vaucluse, em Avignon, no sul da França.
Nesta última e decisiva fase do julgamento, a pena mínima, de 4 anos de prisão,
foi solicitada contra Joseph C., 69 anos, processado apenas por agressão sexual
a Gisèle Pelicot.A pena máxima de 20 anos foi pedida contra o ex-marido da
vítima, Dominique Pelicot, descrito como o “líder” dos estupros sofridos por
uma década por sua esposa, a quem sedou com ansiolíticos para entregá-la a
estranhos recrutados na internet.
Todas as outras
sentenças solicitadas pelo Ministério Público variam de 10 a 18 anos de prisão.
A promotoria pediu 10 anos de prisão para 11 dos réus, 11 para dois deles, 12
para treze, 13 para seis, 14 para seis, 15 para três, 16 para quatro, 17 para
três e 18 anos para o último, um dos quatro homens que foram seis vezes à
residência do casal para estuprar Gisèle Pelicot.
As penas requeridas são significativamente mais severas do que a média
geral de condenações por estupro na França, de 11,1 anos em 2022, segundo o
Ministério da Justiça. Contra os 50 réus processados por estupro com
ciurcunstâncias agravantes ou tentativa de estupro, , o Ministério Público
pediu penas de 12 a 18 anos de reclusão para 36 deles.
Laure Chabaud, uma
das duas representantes do Ministério Público, disse, durante as alegações
finais no tribunal criminal de Vaucluse, nesta quarta-feira, que o veredicto,
mostraria “que o estupro acidental ou involuntário não existe”, dando uma
“mensagem de esperança às vítimas de violência sexual” e devolvendo “uma parte
da humanidade roubada à Gisèle Pelicot”.
No início desta fase
do processo, na segunda-feira, os dois representantes do Ministério Público alertaram
que “a ausência de consentimento (de Gisèle Pelicot) não poderia ser ignorada
pelos acusados”. “Não podemos mais dizer em 2024, que ‘já que ela não disse
nada, ela concordou’”, acrescentou Laure Chabaud, refutando qualquer
possibilidade de um “consentimento implícito” da vítima, ou “por procuração”,
que teria sido dada por seu marido.
Jean-François Mayet,
vice-procurador-geral, estimou que, além das sentenças, “o desafio” deste
julgamento era “mudar fundamentalmente as relações entre homens e mulheres”.
A audiência foi
suspensa, na manhã de quarta-feira até o início da tarde, para a primeira
contestação da defesa, neste caso a de Béatrice Zavarro, advogada de Dominique
Pelicot. As alegações continuarão na quinta-feira (27) com as de Patrick
Gontard, advogado de Jean-Pierre M., 63 anos, acusado separadamente neste
julgamento.
Único dos 51 acusados
que não foi processado por estuprar Gisèle Pelicot, ele é julgado por ter
reproduzido o mesmo processo de submissão química na própria esposa, para estuprá-la,
juntamente com seu mentor, Dominique Pelicot. A promotoria exigiu 17 anos de
prisão contra ele.
Três outros advogados vão defender seus clientes também na quinta-feira. As demais alegações finais da defesa devem durar até 13 de dezembro, conforme o cronograma provisório divulgado terça-feira (26) à imprensa. O veredicto é esperado até 20 de dezembro.ANG/RFI/AFP
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