Saúde Pública/ “É uma iniciativa importante no plano científico que sua Majestade Mohamed VII acaba de lançar”, diz Abdou Fall antigo ministro da Saúde do Senegal
Bissau, 25 Nov 24 (ANG) – O antigo ministro do Senegal, Abdou Fall, um dos convidados das autoridades marroquinas para a cerimónia de inauguração da Academia Africana de Ciências da Saúde(AACS), realizada, sábado, em Dakla, Marrocos disse que a iniciativa marroquina vai marcar a vida da comunidade
científica africana.“Vai-se dispor de um bem que permitirá se implicar mais fortemente e num quadro de estratégia coordenada, para assegurar a formação do pessoal de saúde, em quantidade e qualidade, fazer uma avaliação das inovações e ver em que medida se pode as vulgarizar e ,por último, fazer perspectivas para que os desejos relativos à saúde sejam postos em termos que evitem situações de crise, que pudessem ser prevenidas, tal como foi o caso da Covid-19”, disse.
Fall acrescntou que são esses os desafios em relação aos quais os problemas de saúde em África poderão ser tratados ao nível da academia.
Um dos painelistas demonstrou a necessidade de investimentos e infraestruturas e nos recursos humanos, a propósito, Abdou Fall afirma haver um enorme défice de pessoal médico.
Revela que a África, com menos de 20 por cento da população mundial suporta 80 por cento de encargos relacionados à tratamentos de doenças transmissíveis, e que o pessoal da saúde representa 05 por cento do pessoal de saúde do mundo.
“ É nítido o desequilíbrio entre a pressão que se exerce sobre o sistema sanitário africanos e a capacidade de resposta em termos de disponibilidade do pessoal em número suficiente e de qualidade. É essencial a questão da formação”, disse.
Defende que não se pode resolver o acesso ao tratamento sem colocar as infraestruturas de saúde mais perto das populações. “É preciso que os lugares onde as populações vão receber tratamento estejam no seu meio ambiente”, disse.
Para Fall ,a produção de medicamentos é outra necessidade de investimento em África. Diz que a África é muito mal servido nesse sentido, porque as indústria africanas de produção de medicamentos produzem e satisfazem apenas 05 por cento das necessidades. Dos medicamentos que se utilizam em África, segundo Fall, 95 por cento são importados, e Fall reitera que a dependência em termos de medicamentos coloca também um desafio à saúde em África.
Apontou como exemplo, o seu país, o Senegal, onde os custos de medicamentos representam 150 mil milhões de francos cfa, e em que 120 mil milhões fcfa vão para as indústrias de países estrangeiros. “Com esta academia vamos analisar esta situação e ver como, em conjunto, se possa fazer o setor privado africano investir na produção de medicamentos.
Vai ser preciso apontar num quadro os
desequilíbrios e adoptar uma estratégia comum que permita que estas necessidades
sejam satisfeitas”, disse. Abdou Fall, um dos membros do Conselho
Executivo da AACS, nomeado por duas vezes ministro da saúde no Senegal
sustenta que, quanto ao consumo de medicamentos
a África representa um mercado de 1.200.000.000,00 de pessoas, pelo que é preciso orientar os investidores
africanos sobre as possibilidades de retorno que há em África. ANG//SG
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