Estudo revela que posses dos 5 homens mais ricos do país podiam acabar
com a fome no país
Bissau, 24 Mai 17 (ANG) - O relatório “Desigualdade
na Nigéria”, publicado esta quarta-feira pela Oxfam, revela que a
riqueza dos cinco homens mais ricos da Nigéria, cerca de 29 mil milhões de
dólares, poderia eliminar toda a pobreza no país.
Segundo a Forbes, os cinco homens mais ricos
da Nigéria são: Aliko Dangote, Mike Adenga, Femi Otedola, Folorunsho Alakija e
Abdul Samad Rabiu, num país onde mais de 112 milhões de pessoas vivem no limiar
da pobreza.
A desigualdade económica é um fator decisivo por
detrás do conflito que tem levado à grave crise de fome no nordeste da Nigéria.
O relatório denuncia o crescente contraste entre os ricos e os pobres na
Nigéria, e explica como os benefícios do crescimento económico do país têm sido
aproveitados exclusivamente por uma elite muito restrita, em detrimento das
condições de vida do resto da população.
A Oxfam concluiu que o homem mais rico da Nigéria
ganha, em apenas um dia, 8 mil vezes mais dinheiro, do que o total necessário
para cobrir as necessidades básicas de um nigeriano durante todo o ano.
A ONG revela ainda que, o homem mais rico da
Nigéria, teria que gastar 1 milhão de dólares por dia durante 42 anos, para
conseguir gastar toda a sua fortuna.
Apesar de ser uma das maiores economias do
continente africano, a Nigéria é um dos países onde a pobreza mais tem vindo a
crescer. Entre 2004 e 2010, registou-se um aumento de 69 milhões para 112
milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza.
Em oposição, o número
de milionários cresceu 44 por cento durante o mesmo período.
O estudo refere-se ainda à questão do género na
Nigéria, onde a mulher representa entre 60 e 69 por cento da mão-de-obra rural
e, na grande maioria, tendem a ser menos bem pagas que os homens.
A Nigéria é também um dos países onde a
distribuição do orçamento nacional é mais desigual, e a Oxfam explica
porquê: em 2012, a Nigéria gastou 6,5 cento na educação, e apenas 3,5 por cento
do orçamento nacional do Estado, na saúde. Isto significa que 57 milhões de
nigerianos têm falta de acesso a água potável, saneamento básico e educação,
com 10 milhões de crianças sem oportunidade de frequentar a escola.
Celestine Okwudili Odo, Coordenadora do Programa de
Boa Governação da Oxfam, sublinha que “A Nigéria não é um país pobre,
mas milhões vivem com fome” e reforçou que o Governo “deve libertar milhões de
nigerianos da pobreza, construindo um novo sistema político e económico que
funcione para todos e não apenas para alguns afortunados”.
Para além disso, Okwudili Odo acrescenta que o
Governo da Nigéria deve combater a corrupção, assegurar que os indivíduos mais
ricos pagam uma taxa justa de impostos, investir em serviços públicos e
proteger os direitos das mulheres.
ANG/ e-Global
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