“É
chegado a hora do PAIGC passar de partido revolucionário para o de desenvolvimento”,
diz Baciro Djá
Bissau 18 Mai 17 (ANG) - O
ex-primeiro-ministro e militante do Partido Africano da independência da Guine e
Cabo-verde (PAIGC), disse quarta-feira
que a crise que se vive no país é uma lição para que o partido deixe de ser uma
organização revolucionária e virar-se para o desenvolvimento.
Em Carta Aberta dirigida ao
Comité Central dos libertadores, Baciro Djá disse que estas mudanças devem ser
alicerçadas numa visão estratégica
sólida por via de planos de transformação económica, programas e
projectos de progressos bancáveis.
“A sua implementação vai proporcionar um elevado
índice de crescimento económico inclusivo resultando assim na criação de postos
de emprego , no aumento da renda per capita
e na melhoria da vida dos cidadãos guineenses , incluindo os militantes
e simpatizantes do nosso grande partido “, sublinhou Baciro Djá.
De acordo com o ex. 3º vice-presidente
do PAIGC e um dos 15 deputados expulsos desta formação política, estes serão os
únicos caminhos a trilhar para ajudar o partido a desobrigar-se de crises
cíclicas que o tem abalado nas ultimas décadas.
Djá aconselhou ainda sobre a
necessidade de salvaguardar um clima sã e transparente entre os órgãos da soberania,
isto é, o Presidente da República, o Governo e a Assembleia Nacional Popular,
como condições indispensáveis para preservar a paz e estabilidade no país.
“Todos, sem excepção, militantes
, responsáveis e dirigentes do partido, devem tornar mais vantajosa esta
oportunidade de reintegração dos camaradas, fazendo dela uma autêntica coesão
com o pensamento virado para o futuro próximo e longínquo do PAIGC ”,disse.
Djá apelou a todos os outros
“camaradas”, envolvidos na desavença com o partido para virarem a página de dor
e mágoa com a qual ninguém saiu vitorioso, mas que apenas contribuiu para o
fracasso do partido.
Exortou-os a acudirem o
chamamento do PAIGC, o qual qualificou de passo “histórico” a fim de reintegrarem
e, assim, dar corpo ao Acordo de Conacri e aos apelos da Comunidade
Internacional.
Na missiva Baciro Djá
felicitou o Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira por esta abertura assumindo a paz e a
estabilidade no seio dos libertadores .
“ A crise política que
estamos a vencer neste momento, leva-nos a aferir de que perdemos algum tempo
ou seja cerca de dois anos ,o que nos interpela como desafio para que nos próximos
dois anos façamos tudo para colocar o
partido no pelotão da frente do xadrez
político nacional”, lê-se na carta.
Baciro Djá revelou que a sua
conduta durante este período nunca serviu de afronta ao PAIGC , quer como
simples militante, quer como primeiro-ministro do Governo da Guiné-Bissau.
Confessou que na altura
viu-se confrontado com opções difíceis na tomada de decisões tais como a
exoneração dos governadores regionais e directores-gerais dos diferentes Ministérios
e instituições públicas.
“Não aceitei, porque não sou
inimigo do partido”.
ANG/MSC/ÂC/JAM/SG
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