Cidadãos pedem criação de normas para facilitar a aprendizagem
Bissau,15 Mai 17(ANG) - Um grupo de cidadãos terminou sexta-feira, em Bissau, a terceira
jornada da Kriolofonia em que discutiram os caminhos para criar normas para o
crioulo guineense, falado por mais de 90 por cento da população do país.
O Camões, Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa, o Centro Cultural
Português e vários cidadãos portugueses a trabalhar na Guiné-Bissau
participaram nos `Djumbais´ (encontros temáticos), em que foram discutidos os
caminhos para normatização do crioulo, em diferentes locais abertos de Bissau.
Num dos `Djumbais´, Filipa Gonçalves, uma investigadora portuguesa, defendeu
que ter um bom domínio do crioulo também ajuda na utilização do português.
O sociólogo Spencer Embaló concordou com a ideia e salientou que o segredo está
no conhecimento da estrutura da língua.
O contrário também se aplica, isto é, quem conhecer bem a estrutura da língua
portuguesa não terá dificuldades em praticar ou utilizar o crioulo de forma
correta, defendeu Embaló, afastando qualquer antagonismo no uso das línguas
crioula e portuguesa na Guiné-Bissau.
A próxima jornada da Kriolofonia está prevista para 2019.
Da edição deste ano, Spencer Embaló destacou as reflexões e a aprendizagem
recolhidas nos encontros com os alunos de escolas de cegos, surdos e mudos, com
os jornalistas que trabalham com o crioulo e ainda com os investigadores e
escritores.
A organização quer agora arranjar financiamentos para encomendar um estudo
aprofundado da língua crioula para determinar se já é altura para solicitar ao
poder político a normatização.
“O crioulo serve-nos neste momento socialmente; é preciso levá-lo a servir-nos
formalmente”, disse Embaló, que dá um horizonte de 20 anos para que o crioulo
seja falado, escrito e utilizado com todas as regras e normas de uma língua.
ANG/Lusa
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