Líder do PAIGC revoltado com espancamento aos
manifestantes
Bissau, 29 Mai 17 (ANG) - O
presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC),
Domingos Simões Pereira, considerou sábado que a violência das forças de
segurança contra os marchantes demonstra a predisposição do Presidente da
República em transformar o país “num espaço da sua ditadura e da sua tirania”.
O líder dos libertadores estava no Hospital Nacional
Simão Mendes onde deram entrada 10 pessoas vítimas de violência policial.
Numa entrevista exclusiva á Rádio Sol Mansi (RSM),
minutos depois de os manifestantes serem dispersos, com gás lacrimogéneo e
violência física, pelas forças de defesa e segurança que os impediram de chegar
a praça dos heróis nacionais, Simões Pereira disse que fica “simplesmente a
proibição da marcha, e que este é o verdadeiro rosto da ditadura e tirania que
está a dar o seus últimos sopros”.
“Foi uma marcha
completamente pacífica realizada pelos cidadãos livres. Primeiro recebeu uma
carga militar completamente desproporcional transformado na violência de uma
forma gratuita que põe em causa a integridade física das pessoas, sem qualquer
tipo de necessidade porque não estavam a constituir ameaça nem para as
instituições e para os titulares de quaisquer tipos de cargo”, critica.
Simões Pereira disse ainda que o acto que aconteceu na
manhã de sábado demostra o principio do fim.
“De facto, o povo deve ter
coragem de ser livre e de confrontar esta situação, e de uma vez por todas se libertar
destas ameaças de tirania”, rematou.
Sabe-se que 10 pessoas deram entrada no Hospital
Nacional Simão Mendes e desconhecemos o número dos manifestantes detidos, mas a
RSM adianta que alguns polícias foram feridos.
Igualmente ouvido pela RSM o presidente da Liga
Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, disse que o acto
enquadra-se na estratégia das forças de segurança de tentar limitar o exercício
dos direitos fundamentais na Guiné-Bissau.
“Nós temos assistido, nos
últimos dias, informações que visam simplesmente provocar medo aos
manifestantes para não poderem exercer os seus direitos. Isto é muito mau na
democracia e as pessoas têm que poder exercer livremente os seus direitos sem
qualquer receio de represália ou de algumas intervenções a margem da lei por
parte dos manifestantes”, sustenta Augusto Mário que afirma que a liga é
sempre contra a violência e apela as forças de segurança a serem aludidos nas
acções a serem executados e os cidadãos para evitarem actos de provocação e de vandalismo.
Por seu lado, Fatumata Djau Baldé, activista de defesa
dos direitos das mulheres criticou que as autoridades que garantem segurança
têm duas faces porque “quando é uma marcha para agradar um grupo é garantida a
segurança mas quando é uma marcha para exigir, do outro lado, o cumprimento da
Constituição da República a segurança é barrada”.
ANG/RSM
Sem comentários:
Enviar um comentário