quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Política/Dirigente do PAIGC António Óscar Barbosa acusa líder do partido de “má gestão e violação dos estatutos” e nega que mudou de partido

Bissau,10 Fev 21(ANG) -  O dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC), António Óscar Barbosa(Cancan), acusou o actual líder do partido Domingos Simões Pereira de má gestão e violação dos estatutos daquela formação política.

António Óscar Barbosa, em declarações exclusivas hoje à ANG, sobre informações que circulam de que já abandonou as hostis do partido libertador, qualificou de infundadas as referidas notícias.

“Como posso sair do PAIGC?. Embora sou livre como homem e cidadão de escolher a minha opção política. Mas, por enquanto ainda continuei como militante e um dos dirigentes do PAIGC”, afirmou.

Informou contudo que ingressar no Movimento para Alternância Democrática(Madem G15) pode ser uma honra e um acto de dignidade para a sua pessoa, acrescentando que o surgimento desta formação política é a consequência directa de exclusão de um grupo de dirigentes do PAIGC após o Congresso de Cacheu.

“Portanto as informações que dão conta do meu abandono do PAIGC não correspondem a verdade, porque ainda estou de pedra e cal nesse partido,  contudo, posso sair quando entendo que é oportuno”, disse.

António Óscar Barbosa salientou que, quando um partido com um historial como o PAIGC, não defende os seus dirigentes e pelo contrário joga-os para a praça pública, em resultado, essa formação política perde  a sua característica e dinâmica e o seu modo de estar na arena política.

Aquele responsável disse que, sempre manifestou a sua discórdia pela forma como partido está a ser gerido pelo Domingos Simões Pereira, que desde o Congresso de Cacheu até hoje não prestou as contas.

Disse, a titulo de exemplo, que o órgão competente para a gestão das finanças do partido é o Secretariado Nacional, mas que  o Domingos Simões Pereira usurpou essa competência.

Afirmou que desde a sua ausência do país, há mais de um ano, os órgãos do partido nunca chegaram de reunir, frisando que, já estão a aumentar o número de petições dos dirigentes que querem que o partido reúna as suas estruturas para definir as estratégias futuras.

Aquele político sublinhou que, quando os próprios dirigentes do PAIGC, se mobilizam com informações falsas à bloguistas e jornalistas instigando calúnias contra os seus próprios militantes, isso significa que não estão no bom caminho.

Disse que, compete a Direcção do partido defender tudo o que rodeia os seus militantes e principalmente um dirigente com responsabilidades acrescidas como ele, na qualidade de membro do Bureau Político e do Secretariado Nacional.

Disse  que, ao longo de muitos anos, desde o tempo de liderança de Aristides Pereira, João Bernardo Vieira, Francisco Benante, Carlos Gomes Júnior e o próprio Domingos Simões Pereira, esteve sempre na linha de frente no partido, quer como militante de base, quer como dirigente.

Acrescentou que as pessoas vêm nele o rosto do PAIGC, tendo em conta que nunca escondeu a cara e  sua convicção, porque deu sempre o peito pela causa do partido.

“Agora , as pessoas estão a pôr em causa a minha continuidade como militante do partido, porque estou a criticar a postura e gestão do Domingos Simões Pereira”, afirmou.

António Óscar Barbosa frisou que, quando uma pessoa critica a gestão de Domingos Simões Pereira no partido e se a  qualifica de danosa, logo lhe apelidam de contra o PAIGC.

“Tenho tantos amigos no seio do Madem G15 assim como no PAIGC. Tenho um profundo respeito pela Direcção do Madem, porque é um partido criado após a expulsão dos seus dirigentes, do PAIGC e que agora herdou o espírito do PAIGC”, disse.

Revelou que a sua relação com o Presidente da República, advém de uma amizade de longos anos, de que ele sempre orgulha, acrescentando que, as vezes saiu da Guiné-Bissau para ir visitar-lhe nos diversos países, nomeadamente no Mali, Burkina Faso, frisando que chegaram de viajar juntos para Congo Brazaville, África de Sul, Portugal, França, entre outros.

“Por isso tenho orgulho de ser amigo de Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República, porque foi o próprio Supremo Tribunal de Justiça quem o reconhece como o chefe de Estado eleito”, salientou.

Óscar Barbosa sublinhou que, como cidadão se o Presidente da República lhe convocar tem a obrigação de ir ao seu encontro, aliás, tal como aconteceu com o PAIGC, em diversas ocasiões.

“Em diversas ocasiões do nosso encontro, partilhamos informações de carácter nacional e pessoal, as vezes eu critico a sua actuação, porque ele é a pessoa que defende o seu ponto de vista e igualmente aceita  ideias contrárias”, contou Cancan, em declarações à ANG.

Óscar Barbosa criticou  que, no PAIGC, as pessoas querem, sempre, alimentar inimizades entre amigos, familiares entre outros.

Disse a título de exemplo que a actual ministra dos Negócios Estrangeiros Suzi Barbosa é a sua sobrinha e para tal sempre respeitou a sua posição e nunca lhe vai virar as costas.ANG/ÂC//SG

 

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