Israel/Benjamin Netanyahu admite ter aprovado ataques
com "pagers" no Líbano
Bissau, 11 Nov 24 (ANG) - Israel reconheceu, pela primeira vez, a
autoria dos ataques com “pagers” e “walkie-talkies” contra o Hezbollah, no
Líbano, a 17 e 18 de Setembro. As explosões fizeram, na altura, 39 mortos e
mais de 3400 feridos.
As declarações foram feitas pelo porta-voz do
gabinete de Benjamin Netanyahu, Omer Dostri, que precisou que foi durante uma
reunião semanal do Conselho de Ministros que Netanyahu indicou ter autorizado a
operação, que até então não havia sido reivindicada. A imprensa israelita
acrescenta que altos responsáveis da Defesa e personalidades políticas se
opuseram, mas que ele avançou na mesma, numa declaração vista como uma crítica
velada ao ministro da Defesa demitido. Benjamin Netanyahu também recordou a sua
responsabilidade na morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, a 27 de Setembro.
Na altura, um responsável do Hezbollah, sob
anonimato, declarou que os ataques com “pagers” era “a mais grave falha de
segurança” para o grupo em cerca de um ano de conflito com Israel. Apesar de o
Hezbollah se ter envolvido logo depois do início da guerra na Faixa de Gaza
entre Israel e o Hamas palestiniano, a guerra aberta com Israel só começou a 23
de Setembro, quando Israel lançou uma série de ataques aéreos, principalmente
contra os bastiões do movimento libanês. A 30 de Setembro, o exército israelita
lançou uma ofensiva terrestre no Líbano. Desde essa altura, 2.700 pessoas
morreram no Líbano, na sua maioria civis.
Esta segunda-feira, procuradores de Taiwan
informaram que Taiwan não esteve implicado nos ataques, depois de fontes de
segurança terem indicado que os "pagers" tinham o nome da empresa de
Taiwan Gold Apollo. Os procuradores informaram que os "pagers" foram
fabricados fora de Taiwan por uma empresa chamada Frontier Group Entity, mas
que a Gold Apollo autorizou essa empresa a usar a sua marca.
Entretanto, esta segunda-feira, em conferência de imprensa, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, deu conta de "certos progressos" com vista a um cessar-fogo no Líbano e disse estar a trabalhar sobre o assunto com os Estados Unidos. Do lado do Hazbollah, um responsável interrogado pela France Presse indicou que tem havido “contactos entre Washington, Moscovo, Teerão e outras capitais” desde a eleição de Donald Trump à presidência norte-americana, mas que não estava a par de algo oficial que tenha chegado ao Hezbollah ou ao Estado libanês. ANG/RFI
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