quarta-feira, 27 de março de 2024

Saúde Pública/LGDH exige desbloqueio do fundo de assistência médica gratuita por parte do Ministério das Finanças

Bissau, 27 Mar 24 (ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos  (LGDH) exigiu que o  Ministério das Finanças retome com urgência a transferência do fundo para assistência médica gratuita destinado ao Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), de modo a  evitar com que a situação deste hospitall se agrave.

A exigência foi feita pelo segundo Vice-Presidente da LGDH Edimar Nhaga em conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, no âmbito do cumprimento da sua missão de promoção e proteção dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau no setor de Saúde.

“Perante a situação de bloqueio do fundo mensal para assistência médica gratuita, a LGDH enviou um carta  para os ministros de Saúde e das Finanças, no dia 16 de Fevereiro do ano em curso, solicitando as suas intervenções urgente com vista ao retorno do normal funcionamento do HNSM, mas infelizmente até presente data não tivemos resposta alguma”, disse  Nhaga.

A LGDH exige igualmente a adoção de mecanismos de controle, gestão transparente dos fundos e prestação de contas dos diferentes estabelecimentos hospitalares.

“A LGDH tem acompanhado a crescente preocupação e alarmante degradação do funcionamento do Sistema Nacional de Saúde da Guiné-Bissau, especialmente no HNSM, por  incumprimento das obrigações do Estado”, referiu.

O segundo Vice-Presidente da LGDH, sustentou  que a Constituição da República de Guiné-Bissau consagra a saúde como um dos  direitos fundamentais,e diz que a sua  efetivação representa um elemento  essencial para a concretização dos demais direitos e liberdades fundamentais..

Nhaga critica que  os sucessivos governos não têm sido capazes de criar condições para o funcionamento eficaz do Sistema Nacional de Saúde.

Nhaga contou que, em 2020 e 2022, o Governo da Guiné-Bissau produziu dois despachos conjuntos, assinados pelos  ministros da Saúde Pública e da Economia  e Finanças para melhorar a assistência aos utentes do Hospital Nacional Simão Mendes.

Acrescenta  que, em consequência dos referidos despachos, o Governo comprometeu-se a desbloquear mensalmente o montante de 88 milhões e 273 mil e 75 Francos CFA para aquisições de medicamentos,  consumíveis, reagentes, materiais do bloco operatório, imagiologia, pagamento de horas extras aos técnicos, entre outras necessidades.

“O desbloqueamento total e regular desse valor  introduziu melhorias significativa no que concerne a prestação gratuita de cuidados de saúde aos cidadãos, sobretudo aos mais necessitados”, dsse.

Informou ainda que, de Julho de 2020 até o final  2023, milhares de pessoas beneficiaram de assistência médica gratuita, sendo:  cerca de 200 no banco de socorro, mais  de 130.000 para pacientes carenciados internados no hospital, mais de 10 mil cirurgias gratuitas, dos quais mais de metade foram cesarianas.

“Infelizmente, nos últimos tempos e por motivos desconhecidos, o Ministério das Finanças não tem desbloqueado o montante habitual para assistência médica gratuita e em consequência deste incumprimento, a situação do maior centro hospitalar da Guiné-Bissau e do sistema regional de saúde, em geral ,tem se agravado o bastante, o que obviamente deixou o sistema nacional de saúde  mergulhado numa grave crise ”, disse.

Edimar Nhaga revelou que, no dia 15 de Março em curso, três pessoas morreram no HNSM devido a falta de oxigénio e que das  três fábricas de oxigénio existentes no mesmo hospital, uma se encontra avariada já algum tempo, outra não está em funcionamento por razões técnicas e a terceira e ultima que produzia 124 botijas por dia, consegue apenas produzir 12 atualmente.

Reforçou que o laboratório do HNSM tem funcionado de forma deficiente por  falta de reagentes, testes de despistagens e películas de raio X, impossibilitando assim o diagnostico dos utentes.

Informou que  o Banco de Sangue não tem conseguido fazer vários testes por razões de falta de materiais, e que, em consequência, o processo de doações de sangue se encontra tão limitado, e que a falta de medicamentos  gratuitos está pondo em risco a saúde de muitas pessoas.

“Há uma tentativa de fixação de preços para  diferentes serviços médicos cuja  consumação transformará o HNSM  numa clínica privada com graves consequências para  utentes”, disse Edimar Nhaga.

Acrescentou que o sistema nacional de saúde ainda enfrenta  problemas tais como: má distribuição dos profissionais, nas diferentes áreas sanitárias existentes, a falta de supervisão da qualidade do serviço oferecido, cobranças ilícitas, conflitos de interesses, politização de cargos, indícios claros de prática de  corrupção, entre outros males.ANG/AALS/ÂC//SG

Diplomacia/Líder do PAIGC diz esperar que a eleição de Faye inspire o povo Senegalês

Bissau,  27 Mar 24(ANG) -  O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde ( PAIGC ) e líder da Coligação Pai Terra Ranka felicita o presidente eleito de Senegal, Bassirou Diomaye Faye pela sua vitória nas eleições presidenciais do dia 24 de Março.


Em carta dirigida a Ousmane Sonko, líder do PASTEF, à que a ANG teve acesso hoje, Domingos Simões Pereira disse que  a vitória de Bassirou Diomaye Faye  irá certamente inspirar ainda mais na realização dos grandes desafios que o povo irmão do Senegal enfrenta.

“Gostaria, nesta ocasião, em nome do PAIGC, de estender as minhas  felicitações ao Presidente eleito, bem como a todo o PASTEF, desejando-lhes um bom mandato” frisou Simões Pereira.

Enquanto se aguarda a publicação no Senegal dos resultados oficiais provisórios pela Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA), as estimativas de voto apontam para uma vitória esmagadora do líder da oposição, que obteria mais de 50% dos votos necessários para evitar uma segunda volta.

Também o  Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou o candidato Bassirou Diomaye Faye pela vitória, horas depois de também o antigo primeiro-ministro e candidato do partido no poder, Amadou Bá ter admitido a sua derrota para Faye.

As declarações de Bá e do Presidente cessante abrem o caminho para a Presidência a Faye, um inspetor de impostos de 44 anos, até há pouco tempo desconhecido do grande público.

Sete milhões de senegaleses estavam inscritos para votar domingo para escolher o Presidente numa eleição que pode resultar numa mudança profunda nas relações externas do país, regionais e internacionais.

Entre os 16 homens e uma mulher inscritos no boletim de voto, os dois favoritos –Bassirou Diomaye Faye, pela oposição, e Amadou Ba, pela coligação no poder, Benno Bokk Yakaar (BBY, Unidos pela Esperança, em wolof) – foram escolhas pessoais de duas individualidades políticas excluídas do escrutínio: o Presidente Macky Sall, e o líder da oposição, Ousmane Sonko.

A sua retórica soberanista e pan-africanista, assim como as declarações contra a “máfia do Estado”, as multinacionais e o domínio económico e político, que considera ser exercido pela antiga potência colonial – a França -, granjearam-lhe um forte apoio entre os jovens, que constituem metade da população.

A votação estava inicialmente prevista para 25 de Fevereiro, mas um adiamento de última hora provocou distúrbios e várias semanas de confusão que puseram à prova as práticas democráticas do Senegal.

Com uma população de 18 milhões de habitantes, o Senegal é um dos países mais estáveis de uma África Ocidental abalada por golpes de Estado, que tem mantido fortes relações com o Ocidente.

O discurso da oposição na campanha para estas eleições presidenciais foi sentido como portador de algumas ameaças pelo estrangeiro, que está a seguir o processo com particular atenção.

A dupla Sonko/Faye prometeu, caso seja poder, renegociar os contratos de exploração mineira e de energia que farão do Senegal um produtor de petróleo e gás natural a partir do final do ano.ANG/JD/ÂC//SG

 

Desporto/Guiné-Bissau vence Sudão e Boa Morte alcança a primeira vitória  a frente dos “Djurtus”

Bissau,27 Mar 24(ANG) - A seleção nacional de futebol  venceu terça-feira a sua congénere de Sudão por 2 a 1, em partida amistosa de preparação entre as duas seleções africanas, realizada em Marrocos.

A partida é tida como  importante para o novo selecionador nacional, o português Luís Boa Morte, que conseguiu a sua primeira vitória a frente da seleção nacional.

Os golos da Guiné-Bissau foram apontados por intermédio de Toni Brito Silva e Famara. O jovem Famara, que joga em Portugal, foi um dos jogadores em destaque desta partida e deixou encantado o selecionador nacional.

Boa Morte, que recentemente foi contratado pela Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) para os próximos três anos, conseguiu realizar dois jogos nesta data FIFA contra a seleção do Sudão para testar  os seus jogadores para as futuras competições oficiais da Guiné-Bissau, nomeadamente a qualificação para o Mundial 2026 e a qualificação para o próximo Campeonato Africano das Nações (CAN’2025).

Embora no primeiro jogo realizado no passado 22 de Março, a Guiné-Bissau tenha perdido por 1 a 0, os rapazes comandados pelo novo técnico português foram superiores ao adversário. Os “Djurtus” não conseguiram vencer  os dois jogos devido a falha dos seus atacantes no primeiro jogo.

Neste segundo jogo, o capítulo da finalização funcionou muito bem e permitiu à seleção fazer dois golos que lhe permitiram somar uma vitória nesta partida amigável assistida pelo presidente FFGB, Carlos Mendes Teixeira “Caíto” e um grupo de estudantes guineenses residentes em Marrocos.

Após fracasso da Guiné-Bissau no último CAN, que decorreu entre janeiro e fevereiro de 2024, que culminou com a saída do então selecionador nacional, Baciro Candé, a seleção nacional está agora na nova etapa do seu conjunto com o objetivo de melhorar os resultados na fase final do CAN.

O novo selecionador da Guiné-Bissau, o luso-sãotomense, fez regressar ao time nacional vários jogadores que estavam fora das opções do anterior selecionador, nomeadamente Toni Brito Silva, Bura, Mamadú Samba Candé e Jardel.

O novo selecionador nacional declarou aos jornalistas, no final da partida, que gostou da exibição dos pupilos nacionais .

O segundo jogo entre as duas formações  ficou marcado pela estreia oficial de dois jogadores com a camisola da Guiné-Bissau. Trata-se do defesa central Tidjane Badjana, que disputou os dois jogos de forma titular e o guardião Fernando Embadjé, que jogou neste segundo jogo.

O novo selecionador de futebol da Guiné-Bissau assinou um contrato válido por três anos com a FFGB, que entra em vigor no dia 01 de junho do ano em curso.

Luis Boa Morte, será o quinto treinador português a orientar a seleção de futebol da Guiné-Bissau depois de Guilherme Farinha, Luís Norton de Matos, Carlos Manuel que orientou “os Djurtus” uma única vez, num jogo contra os Camarões e Paulo Torres.

Em Junho , a Guiné-Bissau vai realizar a dupla jornada, ou seja, a terceira e quarta jornada da fase do apuramento para o próximo Campeonato do Mundo. Na terceira jornada a seleção nacional vai defrontar a Etiópia e na quarta jornada defrontará a poderosa seleção do Egipto.

Inserido no grupo A da zona africana de apuramento para o Mundial’2026, a Guiné-Bissau empatou a 1-1 na jornada inaugural com o Burkina Faso e venceu na segunda jornada a seleção do Djibuti por 1 a 0, graças ao golo de Mauro Rodrigues.

A Guiné-Bissau ocupa a segunda posição juntamente com a seleção do Burkina Faso, ambos com quatro pontos, a dois do líder Egito, que tem 6 pontos. Serra Leoa e Etiopia ocupam quarto e quinto lugar, ambos com um ponto cada.

O Djibuti é sexto e último posicionado, ainda sem qualquer ponto somado.

O primeiro classificado de cada um dos nove grupos de qualificação da zona africana apura-se para a fase final do torneio, podendo o segundo posicionado disputar um play-off.ANG/ O Democratagb

 


Economia
/Preços das moedas para quarta-feira, 27 de março de 2024

MOEDA

COMPRAR

OFERTA

Euro

655.957

655.957

dólares americanos

602.250

609.250

Yen japonês

3.965

4.025

Libra esterlina

761.500

768.500

Franco suíço

666.250

672.250

Dólar canadense

442.000

449.000

Yuan chinês

83.000

84.750

Dirham dos Emirados Árabes Unidos

163.500

166.500

  Fonte:BCEAO

Egipto/Huthis condenam nove homossexuais à morte por crucificação e apedrejamento

Bissau, 27 mar 24 (ANG) - Os rebeldes Huthis do Iémen condenaram à morte nove pessoas acusadas de sodomia, com penas que incluem crucificação e apedrejamento, denunciou hoje a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW).


Além das penas de morte, os Huthis - que controlam uma parte significativa do país - condenaram 23 homens à prisão e aplicaram penas que vão até aos dez anos, três desses foram também condenados à flagelação pública.

“Os Huthis devem acabar com o uso da pena de morte e outras formas de punição cruéis e degradantes, bem como proporcionar um julgamento justo aos acusados”, afirmou a ONG num comunicado.

O investigador da HRW para o Iémen e o Bahrein, Niku Jafarnia, afirmou na nota que “num desrespeito abominável do Estado de direito, os Huthis proferem sentenças de morte e sujeitam os prisioneiros a maus-tratos públicos sem justificação judicial aparente”.

Jafarnia denunciou que os Huthis usam “essas medidas cruéis” para “distrair a atenção da sua incapacidade de governar e satisfazer as necessidades básicas da população”.

A HRW analisou as acusações e os vídeos utilizados como acusações e afirmou que a polícia “não apresentou mandados de prisão” e “revistou e confiscou ilegalmente os telefones dos detidos”.

A lei de processo penal do Iémen, ao abrigo dos artigos 132 e 172, proíbe detenções e apreensão de bens sob custódia da polícia sem ordem judicial, e o artigo 181 proíbe interrogatórios sem a presença de um advogado, sublinhou a HRW.

O grupo armado rebelde Huthi assumiu o controlo da capital do Iémen, Sana, em setembro de 2014, provocando a fuga do Governo iemenita que é reconhecido pela comunidade internacional.

De acordo com o Monitor Euro-Mediterrânico dos Direitos Humanos, os tribunais Huthis condenaram 350 pessoas à morte na última década e 11 dessas já foram executadas.

“Para encobrir a sua brutalidade, os Huthis estão a acusar as pessoas de atos imorais, especialmente aqueles que se opõem” ao regime, disse Jafarnia.

Além disso, a HRW documentou violações graves cometidas por Governos do Médio Oriente e no Norte de África contra pessoas homossexuais, bissexuais e transgénero (LGBT+) ao utilizarem “fotos digitais, conversas e informações semelhantes obtidas de forma ilegal” para os condenar. ANG/Lusa

 

    Rússia/Número de mortos no atentado em Moscovo sobe para 140

Bissau, 27 Mar 24 (ANG) – O número oficial de mortos no atentado de sexta-feira passada contra um auditório nos arredores de Moscovo subiu hoje para 140, depois de um dos feridos graves ter morrido no hospital, informou o ministro da Saúde russo, Mikhail Murashko.

Cerca de 80 vítimas ainda estão hospitalizadas após o ataque à sala de espetáculos Crocus City Hall, reivindicado publicamente pela filial afegã do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). 

Desses pacientes, quatro estão em estado crítico, de acordo com a declaração do ministro citada pela agência de notícias Interfax.

O ataque, que feriu cerca de 200 pessoas no total, levou até agora a 11 detenções, incluindo as dos quatro alegados autores do assalto ao auditório, que ocorreu pouco antes de um concerto. ANG/Lusa

 

Nova Iorque/Pessoal da ONU na República Centro-Africana e RDCongo repatriado por abuso sexual

Bissau, 27 Mar 24 (ANG) – A ONU anunciou terça-feira ter recebido 758 denúncias de abuso e exploração sexual em 2023, mais de metade das quais (384) relacionadas com funcionários da organização e pessoal afiliado, nomeadamente na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo.

Em comunicado, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que 60 elementos das forças de manutenção da paz mandatadas pela organização foram repatriados devido a “evidências credíveis de abuso e exploração sexual" na República Centro-Africana, medida aplicada igualmente a nove membros e a um oficial militar superior da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), “por má conduta grave”.

Num vídeo emitido após a divulgação do relatório, o secretário-geral da ONU, António Guterres, realçou que os autores desta forma de violência “abusam do poder, prejudicam e traumatizam as vítimas e destroem a confiança dada à organização por comunidades servidas por ela”.

Cabe a todos os funcionários “eliminar a exploração e o abuso sexual do local do trabalho, apoiar as vítimas e responsabilizar os autores e seus facilitadores”, acrescentou, apelando à "tolerância zero" por parte dos líderes.

Guterres pediu aos países-membros que analisem e treinem as tropas e agentes policiais “de forma adequada”, respondendo de forma urgente e determinada a quaisquer alegações e resolvendo rapidamente todas as reivindicações de vítimas.

O Escritório de Serviços de Supervisão Interna da ONU deu início a 130 investigações sobre queixas de abuso e exploração sexual, sendo que em 30 casos a averiguação é feita com representantes de países com tropas e forças de polícia nas fileiras da ONU.

O documento exigiu a criação de um mecanismo de supervisão para prevenir a prática, além de fornecer mecanismos de reclamação seguros e acessíveis, e investigações realizadas em tempo útil, com o objetivo de “responsabilizar os autores e repatriar unidades quando houver provas credíveis de exploração sexual.”

A estratégia do secretário-geral das Nações Unidas para combater e dar resposta ao abuso e exploração e abuso sexual prevê uma prevenção proativa e apoio aos direitos e à dignidade das vítimas, com medidas que propõem a inclusão de "novas ferramentas, melhoramento da formação, sensibilização e seleção de funcionários".

A ONU destacou que pretende evitar a contratação de antigos “infratores”, além de intensificar o envolvimento da organização com comunidades locais para reforçar as avaliações de risco e as medidas de mitigação. ANG/Lusa

 

Moçambique/Parlamento  aprova em definitivo acordo de extradição com o Rwanda

Bissau, 27 mar 24 (ANG) - O parlamento moçambicano aprovou hoje, na especialidade, e em definitivo o acordo de extradição com o Rwanda, com os votos a favor da Frelimo, partido no poder, e contra da Renamo e do MDM, da oposição.


A Proposta de Resolução que Ratifica o Acordo de Extradição entre Moçambique e Rwanda passou hoje com 168 votos da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), enquanto, com um total de 42 votos, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira bancada, rejeitaram o documento.

"Votamos a favor e em definitivo, porque compreendemos a importância do reforço da cooperação jurídica e judiciária que vem sendo implementada no âmbito do Acordo Geral de Cooperação", assinado em 1992 com o Rwanda, disse o deputado Afonso Lopes Nipero, deputado da Frelimo, que leu a declaração de voto da bancada que suporta o Governo.

Nipero afirmou que o entendimento fortalece o quadro legal de combate ao terrorismo e branqueamento de capitais.

O deputado da Renamo António Muchanga disse que o principal partido da oposição rejeitou o acordo, porque abre caminho para a perseguição de opositores políticos do Governo do Presidente Paul Kagamé, do Rwanda.

"O Governo da República do Rwanda destaca-se pela perseguição e eliminação física dos opositores políticos", declarou Muchanga.

Aquele deputado do principal partido da oposição criticou a falta de clareza por parte do Governo, que assinou o acordo, em relação à situação dos rwandeses exilados em Moçambique.

A bancada do MDM disse que se opõe ao pacto porque vai permitir a perseguição de rwandeses que fugiram da opressão das autoridades rwandesas.

"Este acordo não beneficia nem vai beneficiar nenhum moçambicano", realçou o deputado do MDM Silvério Ronguane.

Ronguane acusou o executivo moçambicano de usar os cidadãos rwandeses exilados em Moçambique "como contrapartida" pela ajuda dos militares rwandeses na luta contra os grupos armados que actuam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

A ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida, que defendeu o acordo em nome do executivo, disse na última semana, durante a votação na generalidade, que o entendimento não visa "a perseguição política", mas apenas impedir que "o país seja um refúgio de pessoas desonestas envolvidas na prática de crimes num ou noutro país".

Kida avançou que o entendimento é parte do compromisso no combate à criminalidade organizada e transnacional, no quadro dos tratados de que os dois países são signatários.

Sobre os assassínios de membros da comunidade rwandesa em Moçambique atribuídos pela oposição moçambicana e organizações da sociedade civil às forças de segurança de Kigali, a ministra admitiu a ocorrência desses casos, mas considerou especulação a imputação de culpa às autoridades do Rwanda.

Desde 2021, as forças ruandesas têm desempenhado um papel fundamental no combate aos rebeldes em Cabo Delgado, tendo ajudado na reconquista de localidades conquistadas pela insurgência.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Rwanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás.

Em Setembro de 2021, a Associação dos Rwandeses Refugiados em Moçambique pediu uma intervenção "urgente" da União Africana (UA) e da SADC face à alegada perseguição pelo Governo de Kigali.

"A ideia de chamar a comunidade internacional é muito boa porque esta situação não está a acontecer apenas aqui em Moçambique, acontece também na África do

Sul, no Burundi, no Uganda e no Quénia", declarou, na altura, à Lusa, o presidente da Associação dos Rwandeses Refugiados em Moçambique, Cleophas Habiyareme. ANG/Angop

Libano/Hezbollah lança foguetes contra Israel em resposta à morte de libaneses 

Bissau, 27 Mar 24 (ANG) - O grupo xiita libanês Hezbollah anunciou ter disparado dezenas de foguetes contra a cidade de Kiryat Shmona, no norte de Israel, em resposta aos bombardeamentos israelitas que mataram hoje sete pessoas num centro de saúde no sul do Líbano.


"Em resposta ao massacre cometido pelo Israel na cidade de Habariye, os combatentes da Resistência Islâmica bombardearam a povoação de Kiryat Shmona e o comando da Brigada 769 com dezenas de foguetes às 08h00 de hoje (07h00 em Angola)", declarou o movimento em comunicado, citado pela AFP.

A Defesa Civil libanesa confirmou na conta X que as suas equipas recuperaram de manhã sete corpos dos escombros de um centro pertencente à Associação Libanesa de Ambulâncias em Habariye, onde também apagaram um incêndio provocado por mísseis israelitas.

No âmbito dos combates que começaram em Outubro passado, o Estado judeu atacou vários centros pertencentes à Autoridade Sanitária Islâmica, ligada ao Hezbollah, bem como alvos médicos estatais, como um hospital do exército libanês em Ain Ebel (sul) e um hospital público em Mays al-Jabal (sul).

As forças israelitas confirmaram que soldados atacaram na noite de terça-feira uma instalação em Habariye, mas disseram que tinham como alvo uma "estrutura militar", tendo reivindicado a morte, entre outras, de um "terrorista" que tinha promovido operações contra o território israelita.

O fogo cruzado entre o Hezbollah e Israel voltou na terça-feira a subir de tom, com dois novos bombardeamentos israelitas no Vale de Bekaa, uma região no leste do Líbano, longe da fronteira comum, onde os confrontos entre as duas partes tendem a concentrar-se.

O grupo xiita respondeu com o disparo simultâneo de 50 foguetes contra um quartel militar nos Montes Golã, território sírio ocupado por Israel.

Hoje de manhã, um responsável do grupo Jamaa Islamiya, organização libanesa ligada ao grupo islamita palestiniano Hamas que pediu para não ser identificado, já tinha anunciado a morte de sete pessoas, "todos eles socorristas".

Num comunicado, a Jamaa Islamiya descreveu o ataque como "hediondo".

Outro responsável do Jamaa Islamiya, que também pediu para não ser identificado, relatou que cerca de 10 socorristas estavam no centro de emergência no momento do ataque e que os corpos ainda estavam a ser retirados dos escombros do edifício.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, em 07 de Outubro que aliados do movimento palestiniano, em particular o Hezbollah, têm trocado praticamente todos os dias tiros com as forças israelitas ao longo da fronteira sul do Líbano.

De acordo com uma contagem da AFP, pelo menos 331 pessoas tinham sido mortas no Líbano, a maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 57 civis, em trocas de tiros transfronteiriças em quase seis meses.

O Hezbollah disse que tem realizado ataques em solidariedade com o Hamas, enquanto Israel tem desencadeado nas últimas semanas ataques aéreos em território libanês, acentuando as ameaças de uma guerra aberta.

Os bombardeamentos também provocaram uma vaga de milhares de deslocados que habitavam no sul do Líbano, mas também no norte de Israel, onde foram mortos dez soldados e sete civis, disse o Exército israelita. ANG/Angop

terça-feira, 26 de março de 2024

Diplomacia/Presidente da República felicita Bassirou Diomaye Faye pela vitória no Senegal

Bissau, 26 Mar 24(ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, felicitou hoje o candidato presidencial antissistema Bassirou Diomaye Faye pela vitória na primeira volta das eleições presidenciais de domingo, no Senegal.

Numa publicação na página oficial da Presidência da República da Guiné-Bissau na rede social Facebook, Sissoco Embaló “felicita Bassirou Diomaye Faye pela sua recente eleição ao cargo de Presidente da República do Senegal e deseja os maiores sucessos para o seu mandato”.

Na publicação lê-se ainda que “a Guiné-Bissau continuará a investir na relação bilateral, em benefício dos cidadãos dos dois países, reforçando os laços de amizade e de cooperação que nos unem enquanto dois povos irmãos”.

Enquanto se aguarda a publicação no Senegal dos resultados oficiais provisórios pela Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA), as estimativas de voto apontam para uma vitória esmagadora do líder da oposição, que obteria mais de 50% dos votos necessários para evitar uma segunda volta.

O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou hoje o candidato Bassirou Diomaye Faye pela vitória, horas depois de também o antigo primeiro-ministro e candidato do partido no poder, Amadou Ba, ter admitido a sua derrota para Faye.

As declarações de Ba e do Presidente cessante abrem o caminho para a Presidência a Faye, um inspetor de impostos de 44 anos, até há pouco tempo desconhecido do grande público.

Sete milhões de senegaleses estavam inscritos para votar domingo para escolher o Presidente numa eleição que pode resultar numa mudança profunda nas relações externas do país, regionais e internacionais.

Entre os 16 homens e uma mulher inscritos no boletim de voto, os dois favoritos - Bassirou Diomaye Faye, pela oposição, e Amadou Ba, pela coligação no poder, Benno Bokk Yakaar (BBY, Unidos pela Esperança, em wolof) - foram escolhas pessoais de duas individualidades políticas excluídas do escrutínio: o Presidente Macky Sall, e o líder da oposição, Ousmane Sonko.

A sua retórica soberanista e pan-africanista, assim como as declarações contra a "máfia do Estado", as multinacionais e o domínio económico e político, que considera ser exercido pela antiga potência colonial - a França -, granjearam-lhe um forte apoio entre os jovens, que constituem metade da população.

A votação estava inicialmente prevista para 25 de fevereiro, mas um adiamento de última hora provocou distúrbios e várias semanas de confusão que puseram à prova as práticas democráticas do Senegal.

Com uma população de 18 milhões de habitantes, o Senegal é um dos países mais estáveis de uma África Ocidental abalada por golpes de Estado, que tem mantido fortes relações com o Ocidente.

O discurso da oposição na campanha para estas eleições presidenciais foi sentido como portador de algumas ameaças pelo estrangeiro, que está a seguir o processo com particular atenção.

A dupla Sonko/Faye prometeu, caso seja poder, renegociar os contratos de exploração mineira e de energia que farão do Senegal um produtor de petróleo e gás natural a partir do final do ano. ANG/Inforpress/Lusa

Saúde pública/Primeiro-ministro pede responsabilidade na utilização da Plataforma de Telemedicina instalada no Hospital Militar

Bissau, 26 Mar 24 (ANG) - O Primeiro-ministro pediu hoje uma maior responsabilidade na utilização da Plataforma de Telemedicina instalada no Hospital Militar com o objetivo de facilitar os trabalhos dos técnicos de saúde guineense e a orientação de especialistas estrangeiros sobre difirentes patologias que afetam a  população.

Rui Duarte Barros falava no ato de inauguração do Sistema de Telecomunicações para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil, instalada no Hospital Militar Principal, para promover interação entre os médicos da Guiné-Bissau e os  estrangeiros na procura de solução para os casos das doenças mais complicadas.

O primeiro-ministro disse ser a primeira Plataforma da Telemedicina instalada na Guiné-Bissau e que requer muita responsabilidade na sua utilização , de forma a servir não só os pacientes do Hospital Militar mas  também de outros centros hospitalares do país.

O ministro da Saúde Pública, Domingos Malú considera de importante ter uma Plataforma de Telemedicina na Guiné-Bissau, uma vez que segundo ele, o sistema de saúde da Nação guineense é precário e  a referida Plataforma  vai ajudar na redução da morte materna infantil.

“Com esta Plataforma é possível superar algumas dificuldades que temos na área de saúde. Deste modo, agradeço o gesto da União Europeia em apoiar o progresso do setor de Saúde do nosso país”, referiu  Domingos Malú.

O Embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau,  Artis Bertulis reafirmou o compromisso da organização que representa de  apoiar o desenvolvimento institucional do setor de saúde e de mobilizar mais fundos para ajudar no desenvolvimento de outras áreas, com a finalidade de promover o benefício comum no país.

“Na realidade, já fizemos muita coisa para este país, mas a nossa vontade de dar continuidade às ações de promoção do desenvolvimento sustentável é enorme, por isso, vamos continuar a trabalhar, de mãos dadas com o Governo guineense, no sentido de concretizar mais realizações”, garantiu aquele responsável.

O Diretor-geral do Hospital Militar Principal, Ramalho Cunda informou que, a concretização de instalação da Plataforma de Telemedicina foi possível graças à um projeto que está dentro do plano estratégico do mesmo hospital.

“Estamos ciente de que , vivemos num país no qual os paramédicos são insuficientes para responder a cobertura nacional. Também carecemos de especialistas, o que leva os nossos pacientes a atravessar fronteira, muitas das vezes, mesmo que, o caso não seja tão complicado”, referiu o Diretor-geral.

Salientou que, a importância do serviço da Telemedicina,  é de  permitir que os técnicos do  Hospital Militar, bem como de  outros centros hospitalares do país, terem uma orientação dos especialistas exteriores sobre os casos das patologias que não conseguem solucionar ou detetar no país.

Questionado sobre o custo para beneficiar do serviços de Plataforma de Telemedicina, respondeu que, durante os dois primeiros anos vão beneficiar do apoio de União Europeia e que devido a isso, o custo será razoável para os pacientes.

Acrescentou  que, na realidade, a medicina tem custo sempre, tendo em conta as despesas com revisão e  manutenção  que o aparelho pode exigir com o tempo.

“Enquanto beneficiários do apoio da União Europeia, teremos que cobrar metade do preço para cada patologia. Por exemplo, para fazer o Checap é cobrado 70.000 francos CFA, mas se vamos fazer o mesmo teremos que cobrar 35.000 fcfa, com finalidade de ter a sustentabilidade no futuro”, informou.

O novo equipamento foi adequirido  no âmbito do Programa de União Europeia “apoiar saúde reprodutiva, Materna, neonatal e Infantil rumo à um Sistema Universal de Cobertura de Saúde na Guiné-Bissau.ANG/AALS/ÂC//SG

Circulação rodoviária/CMB beneficia de dois camiões de remoção de viaturas mal estacionadas na Asta pública

Bissau,26 Mar 24(ANG) – A Câmara Municipal de Bissau(CMB), beneficiou hoje de dois camiões para a remoção de viaturas indevidamente estacionadas na Asta pública, nomeadamente em cima dos passeios, nas estradas entre outros.

Os referidos camiões foram doados à CMB pela empresa da Costa de Marfim, que opera no país, há cerca de três meses, denominada Guiné-Bissau Depannage Express(GBDE).

Ao presidir o ato da recepção
das duas viaturas, o ministro da Administração Territorial e do Poder Local, Marciano Silva Barbeiro louvou as diligências que a CMB está a fazer junto dos seus parceiros estrangeiros, para a   criação de condições para o cumprimento do seu papel.

“O que estamos à assistir hoje, é uma diretiva do Governo que instruiu à todos os ministérios para que cada um fizesse diligências necessárias, de forma a criar as condições de funcionamento das respectivas instituições, para o bem dos cidadãos”, disse o governante.

Acrescentou que não existe nenhuma pessoa que tem tudo e nem um país completo, por isso se deve funcionar na base de parcerias ou seja na base de ajuda mútua com os países amigos, para, de facto, se criar condições de habitabilidade para os cidadãos.

“Foi nesse quadro que estamos aqui hoje para receber estas duas viaturas no quadro de parceria entre a Câmara Municipal de Bissau e a empresa amiga da Costa de Marfim, de forma a contribuir no saneamento, ordenamento e limpeza da cidade, para que tudo possa funcionar em boas práticas”, salientou.

O Presidente da Câmara Municipal de Bissau, José Anastácio Medina Lobato disse que vão começar, à partir da próxima semana, uma campanha nos órgãos de comunicação social, para sensibilizar as pessoas à retirarem as suas viaturas, caso contrário, serão removidas para um lugar, onde cada proprietário será obrigado a deslocar-se para a CMB para resolver a situação da sua viatura.

“Por isso, exorto desde já à todos os munícipes e donos de viaturas que se encontram em situação de mal estacionamento, há muitos anos, nas ruas, avenidas para diligenciarem a sua retirada”, disse José Medina Lobato.

O Presidente da CMB afirmou ainda que todas as viaturas mal estacionadas ao longo da Avenida Amílcar Cabral, zonas de Bissau-Velho, nas zonas do Mercado de Bandim, entre outros serão objetos de remoção. ANG/ÂC//SG

Economia/Compra de moedas de terça-feira de Março de 2024

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Fonte: BCE
AO