António Costa desponta como vencedor do pleito
de domingo
Bissau, 04 out 19 (ANG) -
O socialista português António Costa aparece como o grande vencedor das
eleições legislativas do próximo domingo (6), depois de governar quatro anos em
uma coligalição de esquerda apelidada de “Geringonça” e de colocar as contas
deficitárias do país em ordem,.
Todos os candidatos estão nas ruas das principais cidades
portuguesas junto a seus correligionários equipados de bumbos e bandeiras
partidárias, na tradicional “arruada”, para captar o voto dos indecisos, que
ainda são muitos.
Com a proximidade das eleições deste domingo, a distância entre
os socialistas e o partido de centro direita diminui para 10 pontos
percentuais, dando, porém, uma vitória ao atual primeiro-ministro socialista António Costa, com 38% das intenções de voto ao PS.
Para os socialistas, desde o princípio da campanha, nestas
eleições não se jogava pela vitória ou a derrota, mas sim, a maioria
parlamentar ou não.
E até por esse motivo a campanha eleitoral tem sido mais do que
morna e tem atirado pouco interesse dos eleitores. Nem mesmos os debates
televisivos acenderam alguma grande discussão pública, já que tanto os
socialistas como os democratas de centro direita têm programas parecidos.
Nenhum dos partidos tradicionais tem posição radical à esquerda
ou à direita. Apenas o novo partido CHEGA tenta obter votos com ideias
xenófobas, mas não consegue chegar a mais de 1% das intenções de voto.
A disputa entre os partidos passa por conseguir mais um ou dois
deputados para ter alguma voz no parlamento e maior poder de negociação, caso
os socialistas não obtenham uma maioria absoluta.
Com a promessa de maior investimento publico ao mesmo tempo em
que apresenta um mandato que conseguiu colocar as contas públicas em ordem,
conseguindo baixar o deficit de Portugal de 4,4% para 0,2%, e com um
crescimento maior que a média da União Europeia, Costa, além de ser um líder
carismático e moderado, sabe passar uma mensagem de otimismo para o futuro dos
portugueses; apesar de reconhecer que muitos setores importantes na vida dos
portugueses têm de ser melhorados com mais investimentos na saúde, justiça,
educação e benefícios sociais que estão muito aquém se comparados com outros
países europeus.
Antonio Costa chegou de uma forma inédita ao poder, e mesmo sem
ter sido o mais votado, formou com os comunistas e o Bloco da Esquerda a chamada
“Geringonça”, uma espécie de mecanismo provisório para poder governar.
Ao contrário da previsão da direita, conseguiu terminar o
mandato de quatro anos e ainda se apresenta como a única solução viável para o
País. Com estabilidade, equilíbrio e muitas promessas cumpridas.
A grande trunfo deste governo é a continuidade do ministro das
finanças português, Mario Centeno, que há quatro anos começou sendo apelidado
como “o pior aluno da classe” pelos seus colegas europeus, e termina essa
legislação não só como um grande dirigente da equipe econômica portuguesa, mas
também como presidente do Eurogrupo.
As ultimas pesquisas dão ao partido socialista 38% dos votos,
equivalente a 104 votos, o que significa que para governar precisaria do Bloco
de Esquerda (que teve ter 17), ou do Partido Comunista Português com 16. Basta
o apoio de um dos dois que participaram junto aos socialistas da Geringonça.
O centro direita deverá
eleger 77 deputados, 12 representantes a menos que na ultima eleição de 2015.
A grande novidade é o bom crescimento do PAN (Pessoas, Animais e
Natureza), que defende o vegetarismo e a ecologia, que deve passar de 1 para
nove deputados no parlamento roubando os eleitores do Bloco de Esquerda e dos
Verdes.
Mas ainda existe o grande peso dos indecisos, que representam
quase 30% dos eleitores. E os abstencionistas rodam em torno dos 47%, um número
ainda maior que nas eleições de 2015.ANG/RFI
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