Irão/ Governo tenta mediar conflito entre Índia e
Paquistão
Bissau, 05 Mai 25 (ANG) - O chefe da diplomacia
do Irão reuniu-se hoje com o homólogo paquistanês em Islamabade para tentar
mediar as tensões entre o Paquistão e a Índia após o atentado contra turistas
na Caxemira indiana em abril.
A visita de Abbas Araghchi é a primeira de um
dignitário estrangeiro desde que as tensões aumentaram na sequência do massacre
de 26 turistas, em 22 de abril, que a Índia atribui ao Paquistão, segundo a
agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).
Teerão ofereceu-se para ajudar a aliviar as
tensões entre os vizinhos com armas nucleares.
"Tanto a Índia como o Paquistão são
países amigos da República Islâmica do Irão", disse Araghchi aos
jornalistas após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros
paquistanês, Ishaq Dar.
"O Paquistão é o nosso país vizinho e
irmão, e estávamos interessados em ser informados das posições dos nossos
amigos no Paquistão antes de viajar para a Índia", acrescentou, citado
pela agência de notícias iraniana Irna.
O exército paquistanês tem estado em alerta
máximo depois de o ministro do Governo, Attaullah Tarar, ter citado informações
credíveis de que a Índia poderia atacar.
O Paquistão negou qualquer papel no massacre
de turistas maioritariamente indianos e ofereceu-se para cooperar com uma
investigação internacional credível.
Até à data, a Índia não aceitou a oferta e
vários líderes mundiais apelaram às duas para usar de contenção e evitar o
agravamento da situação.
O chefe da diplomacia paquistanesa
congratulou-se com a mediação iraniana para desanuviar as tensões com a Índia.
Ishaq Dar disse que desde a semana passada,
contactou com mais de uma dezena de ministros estrangeiros, incluindo os
homólogos norte-americano, Marco Rubio, e russo, Serguei Lavrov.
"Não seremos os primeiros a dar qualquer
passo de escalada", disse Dar em Islamabade.
Referiu, no entanto, que avisou a comunidade
internacional de que, em caso de "qualquer ato de agressão por parte da
Índia, o Paquistão defenderá resolutamente a sua soberania e integridade
territorial".
Dar acusou a força aérea indiana de tentar
violar o espaço aéreo paquistanês em 28 de abril.
O Paquistão enviou aviões e forçou os jatos
indianos a voltar para trás, disse, segundo a AP.
A Índia não fez qualquer comentário imediato
sobre estas alegações.
O Presidente russo, Vladimir Putin, falou
hoje com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e "condenou
veementemente o ataque terrorista em Pahalgam", anunciaram os governos
russo e indiano.
A Caxemira está dividida entre a Índia e o
Paquistão e é reivindicada por ambos na totalidade.
Os dois países travaram duas das suas três
guerras na região dos Himalaias e as relações têm sido marcadas por conflitos,
diplomacia agressiva e suspeitas mútuas, sobretudo devido às reivindicações
concorrentes sobre Caxemira.
O último conflito levou os dois países a
expulsar diplomatas e cidadãos um do outro, bem como a fechar o espaço aéreo.
Ishaq Dar também denunciou a suspensão pela
Índia do tratado de partilha de água.
Na cidade de Akhnoor, na Caxemira controlada
pela Índia, onde o rio Chenab corre para o Paquistão, os residentes disseram
hoje que os níveis de água estavam tão baixos que as pessoas podiam atravessar
o rio a pé.
"Nunca vi este rio secar na minha
vida", disse o agricultor Bal Krishan, 55 anos, acrescentando que
concordava com "a decisão de Modi de suspender o tratado e punir" o
Paquistão.
Narendra Modi autorizou na semana passada uma
resposta militar contra o Paquistão.
Desde então, o Paquistão tem afirmado ter
"informações credíveis" sobre um ataque indiano iminente e efetuou
dois testes com mísseis de médio alcance no sábado e hoje.
A marinha indiana também reforçou a presença no Mar Arábico, dentro da respetiva Zona Económica Exclusiva, através da realização de vários exercícios de tiro ao largo da costa de Gujarat, nas proximidades do Paquistão.ANG/Lusa

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