Suíça/ONU acusa Israel de ultrapassar direito à
autodefesa
Bissau, 27 Mai 25 (ANG) - O alto-comissário da
ONU para os Direitos Humanos acusou hoje o exército israelita de agir fora do
direito internacional de autodefesa e não respeitar os princípios fundamentais
da humanidade na Faixa de Gaza.
Israel respondeu com uma ofensiva militar
massiva que ainda está em curso, matando cerca de 54 mil pessoas, a maioria das
quais civis palestinianos, e que se intensificou nas últimas semanas.
Segundo Türk, o que Israel está a fazer
atualmente já não é justificável pelo direito à legítima defesa.
"Quando são realizadas ações militares,
aplicam-se as leis internacionais da guerra, que também são vinculativas para
Israel, mas o que temos visto nos últimos meses já não reflete o respeito pelos
princípios fundamentais da humanidade", afirmou o diplomata austríaco.
"Não consigo encontrar mais palavras"
para descrever a "situação catastrófica" enfrentada pela população
civil de Gaza, sujeita a repetidas deslocações forçadas e sem ajuda humanitária
há oito semanas, uma vez que o pouco que chegou nos últimos dias está muito
aquém do volume necessário, sublinhou.
Além disso, acrescentou, dado que quase 80%
da Faixa de Gaza é agora território militar onde ninguém tem permissão para
permanecer, "devemos falar de expulsão forçada, o que é profundamente
preocupante".
O alto-comissário, jurista de formação, que
deverá reunir-se hoje em Viena com membros do Governo e do parlamento
austríacos, acredita que os "países amigos" de Israel, como a
Áustria, devem pressionar o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin
Netanyahu, para que cumpra o direito internacional.
No início deste mês, Türk já tinha apelado a
uma maior ação por parte da comunidade internacional para travar a atual
ofensiva israelita, considerando-a "equivalente a uma limpeza
étnica".
"Por detrás da destruição sistemática de
bairros inteiros e da negação de ajuda humanitária, parece haver uma tentativa
de provocar uma mudança demográfica permanente em Gaza, desafiando o direito
internacional", referiu Türk na altura.ANG/Lusa

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