Brasil/ Governo assinala visita "muito simbólica" de João Lourenço
Bissau, 21 Mai 25 (ANG) - O Governo do Brasil, o
primeiro país a reconhecer a independência de Angola, encara como "muito
simbólica" a visita do Presidente angolano, João Lourenço, e ambiciona
reforçar as relações agropecuárias com Luanda.
"Eu
acho que é um marco das relações Brasil-Angola, Brasil-África, é uma visita
muito simbólica, mas também com uma dimensão concreta muito evidente",
disse à Lusa fonte da diplomacia brasileira.
O Ministério das Relações Exteriores do
Brasil, conhecido como Itamaraty, relembrou que o Presidente brasileiro, Luiz
Inácio Lula da Silva, esteve em Angola em 2023, numa das primeiras viagens ao
estrangeiros após iniciar o terceiro mandato, mostrando a importância não só de
Angola e dos países de língua portuguesa, mas também do continente africano.
A visita ganha ainda mais força por ser a
celebração dos 50 anos da independência de Angola, "independência essa que
teve o Brasil como o primeiro país a reconhecer".
Outro dos fatores apontados à Lusa é o facto
de João Lourenço ser atualmente o presidente rotativo da União Africana.
Questionado sobre a assinatura de memorandos
de entendimento, a fonte do Itamaraty indicou que os detalhes ainda estão a ser
finalizados.
Uma das dimensões concretas diz respeito à
cooperação agrícola, com destaque para o projeto no Vale do Cunene, no sudoeste
de Angola.
"Todo o projeto que estamos
desenvolvendo na área agrícola com Angola, com destaque para o Vale
do Cunene", alvo de um programa de cooperação com o Brasil, tem como
objetivo promover a agricultura irrigada, disse à Lusa a mesma fonte.
Na semana passada, o Governo brasileiro
adiantou que Lula da Silva e João Lourenço vão analisar propostas de reforço
bilateral no setor agropecuário durante a vinda do responsável angolano ao
Brasil.
Uma missão do setor do agronegócio brasileiro
esteve em Angola de 05 a 10 de maio, com a participação de cerca de 30
empresários brasileiros e do ministro brasileiro da tutela, Carlos Fávaro, que
participou de reuniões governamentais e visitas técnica nas províncias de
Luanda, Malanje e Cuanza-Norte e ainda reuniões com representantes do setor privado
angolano para discutir formas de financiamento.
De acordo com o Governo brasileiro, a visita
teve como objetivo preparar propostas de avanço na cooperação bilateral no
setor agropecuário, nas vésperas da visita de João Lourenço.
Vai ser elaborado um documento e, segundo o
Ministério da Agricultura, o material será entregue a Lula da Silva por ocasião
do encontro presidencial no Palácio do Planalto, que será precedido por um
almoço na residência oficial da Presidência brasileira.
Segundo o Governo brasileiro, "Angola
tem cerca de 35 milhões de hectares de potencial agrícola, clima com duas
estações bem definidas, com período chuvoso e estação seca, possui topografia
plana, excelente para mecanização, e solos com boas condições físicas,
semelhantes às do Cerrado brasileiro".
Cerca de 70% das exportações brasileiras para
Angola são do setor do agronegócio, com destaque para o açúcar e carnes de
frango, bovino e suíno, perfazendo 340 dos 493 milhões de dólares (300 de 435
milhões de euros) exportados para o país em 2024.ANG/Lusa

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