ONU/OMS pré-aprova hastear de bandeira da Palestina na sua sede
Bissau, 27 Mai 25 (ANG) - A Organização Mundial de
Saúde (OMS) aprovou hoje um projeto de resolução para hastear na sua sede a
bandeira do Estado da Palestina, atualmente um Estado observador não-membro,
num passo simbólico para integrar a comunidade internacional.
Fontes da OMS citadas
pela agência de notícias Europa Press (EP) explicaram que a Comissão B da 78.ª
Assembleia Mundial da Saúde aprovou por votação um projeto de resolução sobre o
hastear da bandeira palestiniana que será apresentado ao plenário na
terça-feira para aprovação formal pelo órgão máximo de decisão da organização.
A resolução obteve o apoio de 95 países, a oposição de quatro -
Israel, Hungria, República Checa e Alemanha -- e a abstenção de 27, segundo a
agência noticiosa palestiniana WAFA.
O representante permanente do Estado da Palestina junto das
Nações Unidas e de outras organizações internacionais na Suíça, Ibrahim Jrashi,
afirmou, num discurso perante a Assembleia: "A resolução é simbólica e um
passo único, mas mostra que [somos] parte da comunidade internacional que
contribui para o apoio às questões de saúde".
"Esperamos obter em breve o estatuto de membro de pleno
direito da OMS e de todas as instituições das Nações Unidas", declarou,
citado pela WAFA.
Por outro lado, em relação a Israel, argumentou que "é
apropriado reconsiderar a adesão do Estado ocupante", após "19 meses
de genocídio do povo palestiniano".
Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de
Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em
território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de
1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.
A guerra naquele território palestiniano fez, até agora, quase
54.000 mortos, na maioria civis, e mais de 120.000 feridos, além de cerca de
11.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns
milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números
atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
A situação da população daquele enclave devastado pelos
bombardeamentos e ofensivas terrestres israelitas agravou-se mais ainda pelo
facto de a partir de 02 de março, e durante mais de dois meses, Israel ter
impedido a entrada em Gaza de alimentos, água, medicamentos e combustível, que
estão a entrar agora a conta-gotas.
Há muito que a ONU declarou a Faixa de Gaza como estando
mergulhada numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas
numa "situação de fome catastrófica", a fazer "o mais elevado
número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre
segurança alimentar no mundo.
E, no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel
de genocídio naquele território palestiniano e de estar a utilizar a fome como
arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem
apresentar quaisquer argumentos.
Após um cessar-fogo de dois meses, o Exército israelita retomou
a ofensiva na Faixa de Gaza a 18 de março e apoderou-se de vastas áreas do
território.
No início de maio, o Governo de Netanyahu anunciou um plano para
"conquistar" Gaza, que Israel ocupou entre 1967 e 2005. ANG/Lusa

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