ONU/Mais de 22 mil mulheres ou meninas foram mortas pelo companheiro ou familiar em África
Bissau, 26 Nov 25 (ANG) - Mais de 22 mil mulheres ou meninas foram mortas pelo companheiro ou familiar em África, em 2024, sendo o continente responsável pelo maior número de vítimas - três em cada 100 mil - divulgaram hoje as Nações Unidas.
Um novo relatório do Gabinete
da Organização da ONU para a Droga e o Crime (UNODC, na sigla inglesa) revela
que África é o continente com maior taxa de femicídio do mundo, impulsionada
por homicídios cometidos por companheiros ou familiares, estimando que cerca de
22.600 (entre 19.300 e 25.800) mulheres e meninas foram mortas na região em
2024.
A taxa de homicídio por
parceiros íntimos ou membros da família em África é de três vítimas por 100 mil
mulheres, a mais alta do mundo, embora este número tenha um certo grau de
incerteza devido à escassez de dados disponíveis.
Embora homens e meninos
representem a maioria (80%) de todas as vítimas de homicídio em 2024, a
violência que resulta em morte dentro da família atinge muito mais as mulheres
- "quase 60% de todas as mulheres mortas intencionalmente em 2024 foram
vítimas de parceiros íntimos ou membros da família".
Em contraste, apenas 11% dos
homicídios de homens em 2024 foram atribuídos a assassínios por parceiros ou
familiares.
No relatório destaca-se que
África é responsável pela maior parte (74%) das vítimas registadas em 2024.
No documento apresenta-se ainda
um caso de estudo sobre o Lesoto, país que enfrenta elevadas taxas de violência
contra mulheres por parte do companheiro, com 44% das mulheres entre os 15 e os
49 anos a relatarem violência física ou sexual por parte dos parceiros.
Esta forma extrema de violência
baseada no género continua a afetar mulheres e raparigas em todo o mundo.
Cerca de 50 mil mulheres ou
meninas foram mortas pelos respetivos companheiros ou outros familiares em 2024
-- uma a cada 10 minutos do ano em todo o mundo -, segundo o relatório.
Os dados recolhidos pelo UNODC
indicam terem existido 137 femicídios por dia, ou seja, mantendo o ritmo
constante já verificado em anos anteriores, sem que tenha havido qualquer
evolução positiva.
ANG/Inforpress/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário