Suíça/Cruz Vermelha Internacional vai dispensar 2.900 trabalhadores
Bissau, 21 Nov 25 (ANG) - O
Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que emprega cerca de 18.000
pessoas, vai eliminar 2.900 postos de trabalho até 2026, já que o seu orçamento
diminuirá 17%, anunciou hoje a organização.
Estes cortes, que deixarão o orçamento em
1,9 mil milhões de euros, são uma resposta à redução das contribuições dos
doadores, apesar do contexto de aumento de crises, com mais de 130 conflitos
ativos em todo o mundo, afirmou o CICV, em comunicado hoje divulgado.
"A realidade financeira está a
obrigar-nos a tomar decisões difíceis para garantir que podemos continuar a
prestar assistência humanitária essencial a quem mais precisa", afirmou a
presidente da organização, Mirjana Spoljaric, citada no comunicado.
A responsável do
CICV, organização fundada em 1863 e especializada em ajuda humanitária em
conflitos, insistiu que existe atualmente "uma perigosa convergência entre
a escalada de conflitos armados, cortes significativos na ajuda e uma
intolerância sistémica às violações do direito internacional".
No entanto, "o
CICV continua empenhado em intervir nas linhas da frente dos conflitos, onde
poucas outras organizações podem operar", como o Sudão, Israel e
Palestina, Ucrânia e República Democrática do Congo, garantiu a presidente.
O CICV, que já
tinha anunciado reduções de pessoal em anos anteriores, esclareceu que alguns
dos cortes serão feitos através de despedimentos voluntários e pelo não
preenchimento de vagas.
A redução do número
de trabalhadores tem sido anunciada por várias agências de ajuda humanitária.
Na quarta-feira, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou com a necessidade de eliminar quase
1.300 postos de trabalho por causa da saída dos Estados Unidos e dos cortes das
contribuições de outros países, que, em conjunto, criaram um défice de 500
milhões de dólares (432 milhões de euros) na agência.
Os Estados Unidos
reduziram, este ano, o financiamento às organizações para ajuda humanitária ao
cortar o investimento na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (USAID), alegando fraude e mau uso de recursos.
A posição dos EUA
levou vários outros países a seguir a tendência e diminuir os investimentos.
O secretário de
Estado dos EUA, Marco Rubio, referiu que mais de 80% dos programas da USAID
foram cancelados.
De acordo com um
estudo da revista científica The Lancet publicado em julho, a decisão dos EUA
deverá resultar em mais de 14 milhões de mortes prematuras até 2030.ANG/Lusa

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