Alemanha/Parlamento alemão aprova suspensão de reagrupamento familiar de migrantes
Bissau, 27 Jun 25 (ANG) - O parlamento alemão
aprovou hoje uma proposta de lei que prevê a suspensão por dois anos do
reagrupamento familiar de migrantes com estatuto de proteção internacional,
medida que visa reduzir a imigração para o país.
"A Alemanha continua a ser um país
aberto ao mundo. Mas a capacidade dos nossos sistemas sociais tem limites, tal
como a dos nossos sistemas educativos. A capacidade do nosso mercado
imobiliário também tem limites", disse o ministro do Interior, Alexander
Dobrindt, à câmara baixa do parlamento, o Bundestag.
"A imigração para a Alemanha também deve
ter limites", defendeu.
A proposta de lei, uma medida emblemática do
Governo do conservador Friedrich Merz, foi aprovada por larga maioria, com 444
deputados a votarem a favor e 135 contra, sendo que a extrema-direita (Alternativa
para a Alemanha) já tinha anunciado antecipadamente que aprovaria a iniciativa
legislativa.
O texto suspende especificamente o
reagrupamento familiar --- já limitado a mil pessoas por mês --- durante pelo
menos dois anos para os migrantes que tenham apenas o estatuto subsidiário, uma
medida de proteção internacional concedida a quem não se qualifica como
refugiado, mas precisa de proteção por ter sido ameaçado de tortura ou pena de
morte no seu país de origem.
Até 31 de março deste ano, estavam registadas
na Alemanha cerca de 389.000 pessoas com este tipo de autorização de
residência.
O país acolheu mais de um milhão de
refugiados, sobretudo sírios e afegãos, durante a grande crise migratória de
2015/16, e, posteriormente, mais de um milhão de ucranianos que chegaram após a
invasão russa iniciada no final de fevereiro de 2022.
A suspensão visa dissuadir os migrantes de
irem para a Alemanha e travar a imigração ilegal, reiterou o ministro
conservador.
O reagrupamento familiar já tinha sido
suspenso em 2016, quando a Alemanha se viu sobrecarregada pelo fluxo de
imigrantes e carecia de instalações de acolhimento, principalmente nos
municípios.
O chanceler conservador Friedrich Merz fez da
luta contra a imigração uma prioridade central do seu Governo, nomeadamente
adotando um polémico 'ato de repulsão' dos requerentes de asilo na fronteira.
A campanha para as eleições de 23 de fevereiro ficou marcada por vários ataques mortais que envolveram estrangeiros, o que impulsionou a ascensão do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar na votação. ANG/RFI

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