ONU/Investimento em África subiu 75% para 97 mil milhões de dólares em 2024
Bissau, 19 Jun 25 (ANG) - O Investimento Direto
Estrangeiro (IDE) em África aumentou 75%, para 97 mil milhões de dólares (84
mil milhões de euros), em 2024, influenciado por um projeto no Egito, sem o
qual teria subido 12%, segundo a ONU.
O investimento estrangeiro
em África aumentou 75%, atingindo um recorde histórico de 97 mil milhões de
dólares [84 mil milhões de euros] em 2024, impulsionado pelos esforços de
liberalização e facilitação em todo o continente", lê-se no relatório
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) sobre o
Investimento Mundial, no qual se destaca uma significativa recuperação dos
investimentos no continente.
Os 97 mil milhões de dólares representam 6% do total mundial,
melhor do que os 4% registados em 2023, mas este valor tem de ser lido tendo em
conta a forte aposta dos investidores estrangeiros em projetos de
desenvolvimento urbano no Egito, indica-se no documento.
"Excluindo esse aumento, o IDE em África ainda cresceu 12%,
para cerca de 62 mil milhões de dólares (53 mil milhões de euros),
representando 4% dos fluxos globais", em linha com a percentagem de 2023,
lê-se no relatório, que dá conta do interesse dos governos em aprovarem medidas
que facilitem o investimento estrangeiro.
As medidas neste âmbito "continuaram a ter um papel de
destaque em África, representando 36% das medidas políticas favoráveis aos
investidores", diz a UNCTAD.
Os investidores europeus detêm o maior 'stock' de IDE em África,
seguidos pelos Estados Unidos e pela China, com 42 mil milhões de dólares
(cerca de 36 mil milhões de euros), em novos setores com o farmacêutico e a
transformação alimentar.
Em termos regionais, o norte de África liderou as subidas, muito
à custa de projetos específicos no Egito, sendo que a África Austral, onde está
Angola e Moçambique, registou uma subida de 44%, passando de sete para 11 mil
milhões de dólares, ou seja, de seis para 9,5 mil milhões de euros.
Pelo contrário, a região da África Ocidental, onde se situam
Cabo Verde e a Guiné-Bissau, registou uma descida 7%, com os investimentos a
descerem de 16 para 15 mil milhões de dólares (de 13,9 para 13 mil milhões de
euros).
A nível global, embora tenha aumentado 4% em 2024, para 1,5
biliões de dólares [1,3 biliões de euros], "o aumento é resultado, entre
outros fatores, da volatilidade dos fluxos financeiros em várias economias
europeias, que muitas vezes servem como pontos de transferência para
investimentos".
Sem isso, o IDE caiu 11%, marcando o segundo ano consecutivo de declínio e confirmando um abrandamento cada vez mais profundo nos fluxos de capital produtivo, de acordo com o relatório hoje divulgado.ANG/Lusa

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