Médio Oriente/Irão e Israel observam um frágil cessar-fogo
Bissau, 26 Jun 25 (ANG) - Irão e Israel observam um frágil cessar-fogo que colocou fim a uma guerra que durou doze dias e culminou no passado fim-de-semana com a intervenção dos Estados Unidos contra instalações estratégicas do Irão.
Na quarta-feira, cada campo reivindicou a
vitória.
Ao congratular-se quarta-feira por "uma vitória total" sobre o
inimigo, o governo israelita estimou ter realizado "grandes feitos históricos e ter-se
posicionado ao lado das superpotências mundiais".
Do outro lado, em Teerão, também reivindicou a "vitória", o regime
vangloriando-se de ter forçado o seu inimigo a "cessar unilateralmente" a guerra.
Já em Haia, nos Países Baixos, à margem da cimeira da NATO, o
Presidente americano estimou que o Irão e Israel estão "cansados, exaustos" pela guerra. "Falei com ambos e eles estão cansados,
exaustos. Eles lutaram muito, muito duramente e muito cruelmente, e ambos
estavam contentes de voltar para casa e sair", declarou
Donald Trump ao igualmente afirmar que "o programa nuclear iraniano retrocedeu várias décadas".
O impacto da guerra no programa nuclear iraniano "pode ter sido severo, é o que sugerem os
serviços secretos", disse o Presidente americano ao falar
mesmo em "aniquilação", sendo
que na sua óptica os iranianos "não poderão mais reconstitui-lo".
Este não é contudo o balanço feito pelos serviços de
inteligência americanos, algumas fontes indicando que os bombardeamentos não
terão completamente destruído as capacidades nucleares da República Islâmica.
Uma incerteza alimentada pelo próprio ministro iraniano dos Negócios
Estrangeiros que, em entrevista televisiva, reconheceu que as instalações
nucleares tinham sido "consideravelmente danificadas",
sem todavia entrar em pormenores.
Um mutismo que Teerão pretende firmemente manter, depois de o
parlamento ter votado nesta quarta-feira a suspensão da cooperação com a
Agência Internacional da Energia Atómica, isto precisamente na altura em que
Rafael Grossi, director geral desta entidade, acaba de preconizar um reforço da
cooperação com Teerão e uma visita das instalações nucleares iranianas para
determinar o grau dos estragos causados pelos bombardeamentos
israelo-americanos.
Refira-se que de acordo com um balanço oficial iraniano que
contabiliza as vítimas civis, a guerra causou pelo menos 610 mortos, sendo que
do lado israelita se contabilizam 28 mortos nos contra-ataques iranianos.
ANG/RFI

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