Cabo Verde/ Governo e União Europeia promovem fórum para atrair investidores
Bissau, 17 Jun 25 (ANG) - O Governo cabo-verdiano e a União Europeia (UE) promovem
entre quarta e sexta-feira, na ilha do Sal, um fórum para atrair investidores,
numa altura em que decorre uma das maiores apostas do bloco europeu no
arquipélago.
Cabo Verde, UE e Banco Europeu de
Investimento (BEI) assinaram em setembro um pacote financeiro da ordem de 300
milhões de euros para apoiar os setores das energias, portos e infraestrutura
digital no âmbito da estratégia Global Gateway, que conta com a mobilização do
setor privado.
"Nunca tivemos um acordo com a UE com esta
envergadura", disse, na altura, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia,
ao lado da diretora-geral adjunta para parcerias internacionais da UE, Myriam
Ferran, que regressa agora para participar na quarta edição do Cabo Verde
Investment Fórum.
O terceiro dia, sexta-feira, será
inteiramente dedicado à promoção de investimentos nas três áreas abrangidas
pelo pacote Global Gateway no arquipélago: o setor digital, a economia azul e a
transição energética.
De ano para ano, o objetivo do fórum é claro:
apresentar oportunidades de investimento, à procura de interesse do setor
privado para tentar diversificar a economia.
A economia de Cabo Verde tem crescido (7,3%
em 2024) e já bateu os níveis anteriores à pandemia, mas continua assente no
turismo e remessas de migrantes.
A estratégia do Governo com a UE e demais
parceiros é tentar mostrar a privados que, apesar da dimensão do mercado (Cabo
Verde tem 500 mil habitantes e um produto interno bruto nominal de 2,5 mil
milhões de euros), há condições para fixar novos projetos e grandes
investidores -- incluindo com a criação de zonas com benefícios fiscais.
Segundo a UE, ao abrigo do pacote Global
Gateway, "já foram aprovados 344 milhões de euros para projetos
estruturantes em Cabo Verde".
"A inauguração do terminal de
passageiros de cruzeiros do Mindelo, São Vicente, as obras já em curso no porto
da Palmeira, no Sal, e nos parques eólicos da Cabeólica, em Santiago, são
frutos concretos destes investimentos", referiu num comunicado de
lançamento do fórum.
As obras de maior montante estão em fase de
preparação.
O maior montante, de 159 milhões de euros,
que abrange também apoio particular do Luxemburgo, vai financiar a construção
de infraestruturas para produção, armazenamento e distribuição de eletricidade,
com o objetivo de reduzir a dependência do país de combustíveis fósseis,
"dispendiosos e poluentes".
Inclui-se nesta área a futura Central de
Bombagem Hídrica de Santiago (Pumped Storage), que servirá de armazenamento
intermédio para energias renováveis.
Outro eixo de financiamento ao Estado
cabo-verdiano ronda 105 milhões de euros e é dedicado ao desenvolvimento de
infraestruturas portuárias, com prioridade para Porto Grande do Mindelo (São
Vicente), Porto Novo (Santo Antão) e Palmeira (Sal).
Na área digital, 37 milhões de euros em
garantias financeiras do BEI pretendem facilitar o investimento num novo cabo
de fibra ótica que ligará a Europa à costa ocidental africana, além de
investimentos nas ligações entre ilhas e na modernização da rede móvel, com as redes
5G na mira.
Durante o fórum de três dias, no Sal,
"serão partilhadas as estratégias de desenvolvimento do Governo de Cabo
Verde", com vista à mobilização de "recursos financeiros" e
"parcerias entre investidores nacionais e internacionais, reforçando o
papel do país como Plataforma do Atlântico Médio" para a economia global,
descreveu a Cabo Verde Trade Invest, entidade governamental promotora do
arquipélago.
As sessões plenárias arrancam na quarta-feira
com o objetivo primário de facilitar o diálogo e a colaboração entre as
empresas da UE e de Cabo Verde, as instituições financeiras europeias de
desenvolvimento e outros parceiros-chave.ANG/Lusa

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