Nova Iorque/ ONU critica falta de apoios à ajuda humanitária
Bissau, 20 Jun 25 (ANG) - As Nações Unidas
criticaram hoje, no Dia Mundial dos Refugiados, os cortes destinados à
ajuda humanitária que põem em risco as 122 milhões de pessoas obrigadas a
encontrar proteção longe dos locais de residência.
As Nações Unidas
criticaram hoje, no Dia Mundial dos Refugiados, os cortes destinados à ajuda
humanitária que põem em risco as 122 milhões de pessoas obrigadas a encontrar
proteção longe dos locais de residência.
O responsável máximo pelo Alto Comissariado nas Nações
Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, lamentou em comunicado a
incapacidade que se regista na solução dos conflitos e que provocou um aumento
sem precedentes do número de refugiados de guerra em todo o mundo: 122 milhões.
Em concreto, Grandi referiu-se aos conflitos no Sudão, Ucrânia,
República Democrática do Congo e Gaza.
"Para piorar uma situação desesperada, os cortes brutais na
ajuda humanitária estão a sufocar a assistência, ameaçando a vida de milhões de
pessoas que precisam desesperadamente de ajuda", alertou o reponsável pelo
ACNUR na mensagem que assinala o Dia Mundial dos Refugiados.
O alto-comissário disse ainda que é importante reafirmar a
solidariedade para com os refugiados com ações urgentes.
Por outro lado, demonstrou esperança em exemplos que disse
serem inspiradores - que não especificou - de países localizados nos limites de
zonas de guerra que continuam a acolher e a proteger refugiados.
"Os inúmeros atos individuais de bondade e compaixão (...)
revelam a humanidade comum", afirmou sem detalhar.
No mesmo documento, Filippo Grandi referiu que se encontra
na Síria, onde após 14 anos de "crise e desespero" (guerra civil),
dois milhões de pessoas já decidiram regressar.
No caso da Síria, Grandi referiu que existe esperança em
relação à situação dos refugiados, tratando-se de uma oportunidade que deve ser
aproveitada.
Segundo Grandi, trata-se de momentos que são apenas possíveis
graças à solidariedade demonstrada pelos países vizinhos da Síria, que
proporcionam refúgio às pessoas.
O responsável da agência das Nações Unidas elogiou
as comunidades sírias que estão a acolher os compatriotas com o apoio de
instituições como o ACNUR e "parceiros locais e internacionais".
"Neste Dia Mundial dos Refugiados e todos os dias, os
governos, as instituições, as empresas e os indivíduos podem provar que, ao
ajudar as pessoas apanhadas em conflitos sem sentido, podem vir a
alcançar estabilidade, humanidade e justiça", disse Grandi.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
considerou hoje que "este é o momento para demonstrar solidariedade para
com os refugiados que procuram Portugal", pedindo ações nesse sentido e
rejeitando "visões egoístas da comunidade".
Numa mensagem publicada no 'site' oficial da Presidência da
República, a propósito do dia mundial do refugiado, o chefe de Estado salienta
que "a persistência e o agravamento dos conflitos, a crise climática, as
complexas e perigosas inter-relações entre estes problemas, bem como os
recentes cortes na ajuda humanitária forçam, neste ano de 2025, mais de 122
milhões de pessoas a abandonarem as suas casas em busca de segurança e
proteção".
Realçando que a Organização das Nações Unidas (ONU) pede
solidariedade para com os refugiados, o Presidente da República português
associa-se a este apelo.
"Este é o momento para demonstrar solidariedade para com os
refugiados que procuram Portugal, honrar as suas histórias e mostrar apoio
inabalável à sua situação", lê-se na mensagem.
O chefe de Estado português avisa que esta solidariedade
expressa-se "por ações, entre as quais a criação de condições condignas de
acolhimento e a promoção de políticas de proteção".
"Só assim se poderá priorizar um princípio de humanidade compartilhada, em detrimento de visões egoístas da comunidade", acrescenta. ANG/Lusa

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