Moçambique/Mondlane acusa PGR de o querer responsabilizar pela crise pós-eleitoral
Bissau, 27 Jun 25 (ANG) - O ex-artigo candidato às eleições presidências em Moçambique, Venâncio Mondlane, acusou nesta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República de o querer responsabilizar por toda a crise pós-eleitoral.
Venâncio Mondlane é alegadamente
acusado em mais de 30 processos judiciais no âmbito das manifestações pós-eleitorais.
Venâncio Mondlane foi ouvida na manhã desta
sexta-feira, 27 de Junho, pela Procuradoria-Geral da República de Moçambique.
Antes da audiência, em declarações aos jornalistas, o antigo candidato às
eleições presidenciais disse que a notificação da PGR "fala
esclarecimentos adicionais, então não faço a mínima ideia do que é que se
trata".
Venâncio Mondlane acusou a Procuradoria-Geral
da República de o querer responsabilizar por toda a crise pós-eleitoral,
sublinhado que há uma vontade "muito ardente" da Procuradoria tentar olhar para as
manifestações que ocorreram no período pós-eleitoral "de uma maneira
unilateral".
"É
uma tentativa de tentar desesperadamente reunir provas a propósito e a
despropósito, para tentar gravitar toda a questão da crise pós eleitoral no
Venâncio, quando nós sabemos que esta é uma questão multifacetada, que isso
envolve os órgãos de justiça ou órgãos eleitorais", acrescentou.
O ex-antigo candidato às eleições
presidências em Moçambique que é visado em mais de 30 processos judiciais, no
âmbito das manifestações pós-eleitorais, alerta para o papel da polícia
que "cometeu atrocidades de todo o género
que a própria Amnistia Internacional, num relatório publicado, demonstra que as
atrocidades cometidas pela polícia estão na categoria dos crimes contra a
humanidade".
Venâncio Mondlane defende que se "a Procuradoria-Geral da República, como guardiã da legalidade e
quisesse cumprir com esse papel, certamente que teria que ver o problema nessa
dimensão".
"Mas
nós, até este momento, não temos notícias com evidências de das forças de
defesa, de segurança e dos seus oficiais que tenham sido também processados,
ouvidos ou interrogados neste processo. Como eu tinha dito de outra vez, nem
sequer depois das dez horas eu soube qual é o crime que eu era acusado",
reiterou.
De acordo com um relatório do Centro para
Democracia e Direitos Humanos (CDD), a onda de manifestações violentas,
marcadas por tumultos e violência desencadeadas em Moçambique no período
pós-eleitoral, fez mais de 350 vítimas mortais, a maioria das quais reportadas
nas províncias de Maputo e Nampula – no sul e norte do país.ANG/RFI

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