Saúde/ Malária, má nutrição, doenças crónicas e parasitárias são as principais ameaças à saúde da população na Guiné-Bissau
Bissau, 17 Jun 25 (ANG) – A malária, doenças relacionadas à nutrição, doenças crônicas e parasitárias são as principais ameaças à saúde da população da Guiné-Bissau, revela a agência chinesa de notícias-Xinhua, numa reportagem recentemente publicada.
A Xinhua
refere que em Fevereiro deste ano, o 20º grupo da equipe médica chinesa na
Guiné-Bissau, em colaboração com o Ministério da Saúde Pública e o Ministério
da Educação do país, lançaram conjuntamente uma série de atividades que chamaram de "Saúde nas Escolas".
Desde a inauguração
oficial do programa, em 20 de Maio, uma equipe de 14 médicos chineses -
especializados em mais de dez áreas, incluindo pediatria, gastroenterologia,
cirurgia geral, dermatologia e cardiologia vêm prestando consultas gratuitas em
cinco escolas de Bissau.
"A base
do sistema de saúde na Guiné-Bissau é frágil, e o estado de saúde da população
adolescente não pode ser ignorado", disse Pang Yong, líder do 20º grupo da
equipe médica chinesa na Guiné-Bissau, no local das consultas gratuitas na
escola Samora Moisés Machel.
Yong
acrescenta que a maioria dos alunos
enfrenta problemas durante a adolescência, como desnutrição, doenças
parasitárias, doenças de pele e falta de conhecimento sobre prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis.
Segundo Pang Yong, na referida sessão, os principais
problemas detetados foram diarreia, dor abdominal, inflamação ocular,
desnutrição, infeções de pele e doenças respiratórias, relacionados com
condições sanitárias precárias, poeira intensa na estação seca, proliferação
bacteriana em época de chuvas e ingestão nutricional insuficiente.
A reportagem
refere ainda que a Guiné-Bissau possui
apenas alguns hospitais gerais em todo o país, principalmente na capital e que
os hospitais regionais têm limitações, os centros de saúde comunitária têm
baixa cobertura e há uma grave escassez de pessoal de enfermagem.
O cirurgião
ortopédico Guo Qiang, membro da equipe, foi responsável pelas consultas de
ortopedia e parte das palestras de divulgação científica durante as consultas
gratuitas.
Embora o
ambiente médico do país seja rudimentar, ele ficou profundamente impressionado
com a inocência das crianças e o entusiasmo delas, e a necessidade de
profissionais de saúde.
"Uma
vez tratei um paciente de três anos cujo polegar esquerdo ficou gravemente
infetado após uma lesão e enfrentava amputação. Quando a família estava quase
desesperada, contatou-me durante a noite através das redes sociais. Após o
tratamento, o polegar da criança acabou por ser salvo", contou Guo Qiang.
Acrescentou
que ver a confiança total e a gratidão nos olhos do menino e de sua família fez
com que ele compreendesse ainda mais profundamente o significado da atividade
"Saúde nas Escolas".
As consultas
gratuitas resolveram problemas reais para as crianças. Maria Inês Djassi, de 16
anos, sofria há muito tempo de dor abdominal e diarreia, mas fatores como a
longa distância até as unidades de saúde e os altos custos impediam-na de obter
tratamento hospitalar eficaz.
No local, os
médicos chineses perguntaram detalhadamente sobre sua condição, ensinaram-lhe
sobre prevenção da diarreia e deram-lhe medicamentos gratuitos. "Estou
muito grata aos médicos chineses. A vinda deles é realmente importante para
nós", disse Maria emocionada aos repórteres.
Esta
experiência até acendeu seu sonho de estudar medicina: "Depois de ouvir a
palestra de hoje, realmente quero estudar medicina, especialmente para me
tornar uma médica profissional na área da saúde pública", disse Maria.
Abdulai
Indjai, de 18 anos, apresentava desconforto nos olhos. Os médicos chineses
diagnosticaram-no com possível conjuntivite e ensinaram-lhe, pacientemente, os métodos
de cuidados oculares. "Estas 'pequenas doenças' que não são levadas muito
a sério podem realmente causar grandes problemas nas nossas vidas. Ser visto e
cuidado é um sentimento muito especial", disse Abdulai.
O Diretor da
Escola Samora Moisés Machel, Mamadú Lamarana disse que os médicos chineses são
muito profissionais e pacientes, não só realizaram exames físicos nos alunos, como também deram palestras “altamente
profissionais”, sublinhando que muitos alunos
têm dificuldades em obter cuidados médicos, pelo que a referida oportunidade
de receber tratamento diretamente na escola é muito rara.
Lamarana
manifestou profunda gratidão à equipe médica com expectativa de haver mais
atividades de consultas gratuitas que possam chegar às escolas no futuro.
Desde 1976,
quando a China enviou a primeira equipe médica, a pedido do governo da
Guiné-Bissau, já foram destacadas 20 equipes com mais de 300 profissionais para
o país.
A 20ª
equipe, que chegou em maio de 2024, está baseada principalmente no Hospital Amizade Sino-Guineense, onde continua a
desenvolver serviços clínicos, formação e educação em saúde comunitária.
O líder da
equipe médica chinesa, Pang Yong, partilhou conhecimentos sobre diarreia com
alunos e professores no dia 13 de junho de 2025, um total de 1643 pessoas, na
escola Samora Moisés Machel, em Bissau .ANG/
Xinhua

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