Líder do PND pede
demissão de cargo de Conselheiro Especial do Presidente da República
Bissau, 5 mai 17 (ANG) - O líder do Partido
Nova Democracia (PND), Iaia Djaló, demitiu-se
hoje das funções de conselheiro especial do Presidente guineense por questões
de "honestidade política".
Em
carta dirigida a José Mário Vaz, à qual a agência Lusa teve acesso, Iaia Djaló
refere que decidiu deixar de ser conselheiro do chefe de Estado guineense por
"questões de princípios, coerência, transparência e honestidade
política".
"Esta
decisão vem na sequência do posicionamento político do Partido da Nova
Democracia (PND) em relação à formação do atual Governo e ainda em relação ao
posicionamento do mesmo sobre o Acordo de Conacri", lê-se na carta de Iaia
Djaló.
O PND,
liderado por Iaia Djaló, é um dos quatro partidos com assento no parlamento da
Guiné-Bissau que não reconhecem o Governo liderado por Umaro Sissoco Embaló e
exigem ao Presidente a sua demissão.
Dos
cinco partidos representados no parlamento apenas o Partido da Renovação Social
(PRS) integra oficialmente o Governo de Sissoco Embaló, que as restantes
formações políticas consideram ilegal e inconstitucional.
Os
partidos acusam o Presidente guineense de ter desrespeitado o Acordo de Conacri
ao nomear Embaló como primeiro-ministro.
O
acordo é um instrumento político patrocinado pela Comunidade Económica de
Estados da África Ocidental (CEDEAO) para saída da crise política na
Guiné-Bissau, que prevê a formação de um Governo integrado por todos os
partidos representados no Parlamento e que a figura do primeiro-ministro seja
de consenso e de confiança do Presidente do país.
Na
carta de pedido de demissão, Iaia Djaló afirma ainda que, na qualidade de líder
do PND, se sente na obrigação de assumir as suas responsabilidades partidárias
e ainda alinhar-se com os valores da democracia.
Iaia
Djalo foi nomeado conselheiro especial de José Mário Vaz a 16 de Outubro de
2016.
ANG/Lusa
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