quinta-feira, 22 de setembro de 2022

 

 Rússia/Putin anuncia "mobilização parcial" de reservistas para lutar na Ucrânia

Bissau, 22 Set 22 (ANG) - O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou,  quarta-feira, a mobilização parcial de cidadãos russos para reforçar o contigente militar destacado na Ucrânia.

Trata-se da primeira comunicação dirigida ao paí
s desde o início da invasão russa da Ucrânia. 
Vladimir Putin anunciou a "mobilização parcial" de cidadãos russos na Ucrânia. O chefe de Estado adiantou que, para já, se tratam de reservistas com experiência militar relevante.

De acordo com o ministério de Defesa da Rússia, serão mobilizados, de imediato, 300 mil reservistas, dos cerca de 25 milhões de que o país dispõe.

A três dias de se completarem sete meses de guerra na Ucrânia, Vladimir Putin justificou a decisão com a necessidade de "defender a soberania e a integridade territorial do país".

Esta nova diretriz surge dias após os militares ucranianos terem reconquistado vários territórios no leste da Ucrânia, naquela que é a maior contra-ofensiva dos últimos meses. Em resposta, Putin abre, assim, caminho a uma nova escalada do conflito.

No discurso que foi transmitido na televisão, o líder do Kremlin acusou, uma vez mais, o Ocidente de querer destruir a Rússia e de usar "chantagem nuclear".

"A chantagem nuclear também foi usada. Estamos a falar não só do bombardeamento da central nucelar de Zaporíjia, incentivado pelo Ocidente, que ameaça causar uma catástrofe nuclear, mas também de declarações de altos representantes dos países da NATO sobre a possibilidade e permissibilidade de usar armas de destruição em massa contra a Rússia: armas nucleares", salientou.

Putin garantiu que irá defender a Rússia e recordou que o país possui "várias armas de destruição", algumas mais avançadas do que aquelas que os países da NATO possuem.

Em resposta à ameaça à integridade territorial do nosso país, para proteger a Rússia e o nosso povo, vamos usar, sem dúvida, todos os meios de que dispomos. Não se trata de 'bluff'.

O chefe de Estado disse ainda que vai aumentar o fabrico de armamento e abrir novas fábricas.

Vários líderes ocidentais já criticaram este novo passo de Moscovo e consideram que representa um sinal de que a invasão está a falhar.

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, já garantiu que o apoio da União Europeia à Ucrânia irá "permanecer firme".

Entretanto, a embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink, garantiu que os norte-americanos vão apoiar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário".  

Já Mark Rutte, chefe do governo dos Países Baixos,  considerou que a moiblização militar da Rússia é um "sinal de pânico" por parte de Moscovo.

Ben Wallace, ministro da Defesa do Reino Unido, partilha da mesma opinião e referiu que este anúncio é  a "admissão de que a invasão está a falhar".

"A quebra do presidente Putin das suas próprias promessas de não mobilizar partes da população e a anexação ilegal de partes da Ucrânia são uma admissão de que a sua invasão está a falhar", salientou, num post feito na mesma rede social.

De salientar que, após o discurso de Putin, a procura de voos para sair da Rússia disparou, de acordo com dados do Google Trends.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,  reagiu publicamente às declarações, dizendo não acreditar que Putin use as armas nucleares.

"Eu não acredito que ele vá usar essas armas (nucleares). Eu não acho que o mundo vá permitir que ele as use", disse, numa entrevista à estação de televisão alemã Bild TV. 

O chefe de Estado ucraniano voltou a salientar que o homólogo russo quer afogar "a Ucrânia em sangue". ANG/RFI

 

 

 

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