ONU/Conselho de Segurança vota hoje resolução a condenar referendos na Ucrânia
Bissau, 30 Set 22 (ANG) – O Conselho de Segurança da ONU vota esta sexta-feira uma resolução a condenar os referendos realizados em quatro regiões ucranianas, que abriram caminho à anexação destes territórios pela Rússia.
Segundo informou a presidência francesa do Conselho, a reunião
terá lugar às 19h00 TMG, antes de outra discussão sobre as fugas descobertas
nos gasodutos Nord Stream no Mar Báltico.
A resolução preparada pelos Estados Unidos e pela Albânia, cujo
conteúdo concreto ainda não foi tornado público, deverá ser rejeitada, uma vez
que a Rússia tem direito de veto, como membro permanente do Conselho de
Segurança.
Caso a resolução seja vetada, irá passar para a Assembleia Geral
da ONU, onde a esmagadora maioria dos países tem condenado a invasão russa da
Ucrânia.
As regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk (leste) e Kherson e
Zaporijia (sul) realizaram, entre 23 e 27 de Setembro, referendos em que a
maioria dos eleitores apoiou a separação da Ucrânia e a adesão à Federação
Russa.
Os líderes das quatro regiões dirigiram-se esta semana ao líder
do Kremlin para que Putin autorize a sua entrada urgente na Federação Russa.
Na quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu
a independência de Kherson e Zaporijia, um passo antes da anexação destes
territórios pela Rússia.
Segundo a presidência russa, Putin formalizará hoje, durante uma
cerimónia solene no Kremlin, a anexação dos quatro territórios ucranianos com a
assinatura dos tratados correspondentes.
Na próxima semana, ambas as câmaras do Parlamento russo
aprovarão a adesão, após a qual Putin a irá promulgar, como aconteceu em 2014
com a anexação da península da Crimeia.
As consultas separatistas em Donetsk, Lugansk, Kherson e
Zaporijia foram condenadas por Kiev e pelo Ocidente, que consideram os
referendos "farsas" democráticas.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres,
alertou na quinta-feira a Rússia que a anexação de territórios ucranianos
"não terá valor jurídico e merece ser condenada", frisando que
"não pode ser conciliada com o quadro jurídico internacional".
A Comissão Europeia propôs na quarta-feira um oitavo pacote de
sanções à Rússia, face à "nova escalada" do Kremlin na sua agressão à
Ucrânia, com a realização de "referendos fraudulentos", mobilização
parcial e a ameaça de recurso a armas nucleares. ANG/Angop
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