África/FMI quer despesa criteriosa e alerta para insegurança alimentar
Bissau,Washington - O Fundo
Monetário Internacional (FMI) apelou hoje aos governos da África subsaariana
para serem criteriosos na definição das políticas e da despesa pública tendo em
conta a previsão de que mais de 12% dos africanos enfrentem insegurança
alimentar.
"Abordar a falta de
resiliência às alterações climáticas e a consequente insegurança alimentar
crónica exigirá uma cuidadosa priorização das políticas, dadas as limitações
financeiras e de capacidade", diz o Fundo num novo relatório, no qual
afirma que pelo menos 123 milhões de pessoas, ou cerca de 12% da população da
região, "podem ficar extremamente inseguras do ponto de vista alimentar,
severamente subnutridas ou incapazes de satisfazer as suas necessidades
alimentares básicas".
O aquecimento global
está a contribuir para um aumento do número de pessoas em situação de fome, com
a África Oriental a passar por uma das piores secas da sua história, que surge
no seguimento das consequências da pandemia de covid-19 e do impacto da guerra
na Ucrânia, que originou um pico no preço dos cereais alimentares, diz o Fundo
no texto citado pela agência France-Presse.
O impacto na economia da
pandemia de covid-19 combinou-se com um pico nos preços dos cereais alimentado
pela guerra na Ucrânia, salienta também o FMI.
Apesar dos muitos
desafios, algumas reformas comerciais, regulamentares e de liberalização do
mercado são viáveis, refere o FMI, alertando contra a tentação de ajudar
intervindo na produção agrícola e na distribuição alimentar.
"Intervenções sem
um foco concreto podem ser ineficientes e pesar nos orçamentos nacionais,
aumentar o preço dos alimentos, impedir a concorrência e reduzir os rendimentos
das colheitas", lê-se no texto divulgado em Washington, que aponta que
"o controlo dos preços e processos regulamentares demorados contribuam
para quebras na disponibilidade dos alimentos ao desincentivarem a produção,
armazenamento e no comércio de alimentos".
Pelo contrário, o FMI
recomenda "o envolvimento governamental localizado, como o apoio na
pesquisa e desenvolvimento da construção de resiliência e produtividade
agrícolas". ANG/Angop
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