Guiné
Conacri/ Processo de 28
de Setembro 2009 adiado para Outubro
Bissau, 29 Set 22 (ANG) - A defesa dos 11 acusados no
processo pediu quarta-feira ao tribunal mais tempo para se preparar, na medida
em que apenas tinha recebido os dossiers do processo no dia anterior à
audiência.
Defesa e partes
civis chegaram a acordo e para evitar um processo acelerado têm agora até dia 4
de Outubro para afinar argumentos.
Treze anos após o massacre de 28 de
Setembro de 2009, no estádio de Conacri, o processo contra o antigo presidente
Moussa Dadis Camara e 10 outros antigos responsáveis políticos e militares teve
início quarta-feira. Após questões de forma, a audiência deve ser retomada a 4
de Outubro.
De acordo com uma investigação coordenada
pela ONU, 156 pessoas foram mortas, pelo menos 109 mulheres violadas e centenas
de pessoas ficaram feridas.
Os 11 acusados, todos em prisão
preventiva, marcaram presença na audiência. Entre eles está o ex-presidente
Moussa Dadis Camara e vários homens fortes do seu regime : o ex-chefe da
segurança presidencial Claude Pivi, o ex-ministro da Saúde Abdoulaye Cherif
Diaby e Moussa Tiegboro Camara que foi responsável pela luta contra o tráfico
de droga.
Logo no início da audiência a defesa
questionou a mediatização do caso. Em nome do respeito e da presunção de
inocência, os advogados do Moussa Dadis Camara e de dez co-acusados recusam que
os meios de comunicação social gravem e filmem o processo. Todavia, outra
postura tem o Procurador, Ibrahima Sory Tounkara que respondeu que o Tribunal
autorizou a presença de câmaras para memória colectiva.
Para evitar um processo sumário, defesa e acusação chegaram a
acordo para o adiamento do arranque do processo. A defesa diz só ter recebido
os dossiers do processo na véspera da audiência e acrescenta necessitar de mais
tempo para se preparar.
Assim sendo e para evitar um processo sumário, os advogados das
vítimas sublinharam a necessidade do processo decorrer em serenidade e para tal
é necessário que a “defesa se possa exprimir na sua plenitude”, lembrando que
são advogados das vítimas “mas não querem que os direitos da defesa sejam
ignorados.”
O processo ficou assim suspenso até dia 4 de Outubro, data na qual
deve ser retomado. Daqui lá as partes contam reunir argumentos para o
desenrolar do processo. ANG/RFI
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