quarta-feira, 21 de setembro de 2022

    Saúde pública/ Governo realiza  nova campanha contra fístula obstétrica

Bissau 21 set 22 (ANG) -  O Governo, através do Ministério da Saúde e o Fundo das Nações Unidas Para População procedeu hoje ao lançamento oficial da  campanha de operação à  pacientes de fístula obstétrica, que ja decoria desde o dia  19 e que  termina à  30 de setembro .

Segundo o ponto focal do Governo para Fístula Obstétrica Jorge Siuna Guade, durante 11 dias os médicos cirurgiões nacionais e senegaleses vão atender e tratar  30  mulheres.

Instado a falar da situação da doença no país, o médico cirurgião Siuna Guade,  disse que a situação é alarmante, porque aparecem cada vez mais casos da doença pelo que vai ser difícil  combatê-la agora  na Guiné-Bissau.

Guade apontou    partos prolongados e partos feitos em casa, como as principais causas da doença.

Segundo este reponsável, mais de 300 mulheres já foram operadas e a zona leste do país lidera a lista de casos da doença, estando o Setor Autónomo de Bissau na segunda posição.

Ao presidir a cerimónia que oficializou o lançamento da campanha, a Secretária de Estado da Gestão Hospitalar, Mária de Fátima Vieira aconselhou as mulheres grávidas a se realizarem sempre consultas  pré-natais e a se dirigirem aos centros de saúde para dar luz.

Mária de Fátima Vieira disse que a falta de informação é principal causa do aumento da doença no país, por isso diz  que é importante a conjugação de esforços na sensibilização sobre a fístula obstétrica.

Para fátima Vieira esta tarefa  deve ser assumida por todos, por se  tratar de uma lesão que pode ser prevenida e tratada, pelo que a acção de sensibilização deve ser uma prioridade.

Mária de Fátima Vieira indicou que um parto prolongado ou obstruído sem  assistência de um profissional de saúde qualificado  origina sérios problemas para a mulher e que uma das quais é a fístula obstétrica.

Por isso, exorta aos pais e encarregados de educação à criarem condições para que as meninas tenham  acesso aos serviços de saúde, ao planeamento familiar sobretudo.

Para o Representante do Fundo das Nações Unidas para População(FNUAP),  Jocelyn Fenard a campanha de tratamento  de fístula obstétrica além de contribuir para o restabelecimento da integridade física e da dignidade de 30 mulheres, responde também aos compromissos da Guiné-Bissau para reduzir as causas de morbilidade e morte materna evitáveis até 2030.

Disse que a campanha testemunha a determinação do Governo em trabalhar para a erradicação da fístula obstétrica e melhorar a saúde materna e neonatal na Guiné-Bissau.

 Jocelyn Fenard afirmou que a incidência de fístula obstétrica na Guiné-Bissau  é estimada em 64 casos por ano e que em 2021, 42 mulheres receberam atendimento médico.

Segundo Fenard desde 2009, mais de 347 mulheres foram tratadas em operação de rotina  e em  diversas campanhas. Por isso, felicitou o Governo, os parceiros e as equipas médicas que trabalharam para alcançar esses resultados.

O Representante da FNUAP disse que estes resultados não podem fazer-se esquecer que cerca de tinta mulheres que vivem com fístula obstétrica não podem ser rastreadas e beneficiar da experiência e cuidados dos especialistas.

“Este número pode parecer marginal mas ao longo dos anos indica  que centenas de mulheres na Guiné-Bissau  ficam para atrás durante as campanhas”, salientou.

Afirmou que assistências médicas fazem parte da resposta à crise da fístula obstétrica, frisando que a prevenção, em particular, através de melhor informação às comunidades, a mudança de comportamentos sociais e o reforço dos cuidados de saúde primários e comunitários são as chaves do sucesso para alcançar “zero” novos casos de fístula obstétrica na Guiné-Bissau.

A campanha deste ano é financiada pelo FNUAP  e o Hospital Nacional Simão Mendes.ANG/LPG/ÂC//SG

 

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