Política/“Se as eleições
legislativas forem livres e justas, o PAIGC terá uma maioria absoluta”, diz
Domingos Simões Pereira
Bissau, 19 Set 22 (ANG) - O líder do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) Domingos Simões Pereira
(DSP) disse este fim-de-semana de que o seu partido terá uma maioria absoluta nas
legislativas prevista para Dezembro do ano em curso, caso o esccrutíneo decorrer
de forma livre e justa.
Simões Pereira em declarações à DEUTSCHE
WELLE(DW), admitiu que, para as
eleições antecipadas previstas para 18 de dezembro, o PAIGC poderá fazer
coligações com outros partidos devido os grandes desafios que os esperam e que
com certeza vão precisar de uma frente unida.
"Penso que se hoje houvesse eleições livres, justas e transparentes, o
PAIGC ganhava com maioria absoluta. Não há nenhuma dúvida sobre isso",
reforçou DSP.
Por outro lado, o líder do PAIGC disse que o actual regime
liderado pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló não está apostado em
realizar eleições "que forneçam ao povo a oportunidade de escolher
livremente os seus representantes".
Simões Pereira, para
sustentar essa afirmação apontou como
exemplo de algumas irregularidades e
atropelos à Constituição, o facto de o
mandato da Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter já terminado sem que o parlamento,
entretanto dissolvido, tivesse nomeado novos membros, e o incumprimento dos
prazos em relação ao recenseamento eleitoral.
"Temos uma CNE caduca. Para legitimar uma nova CNE, é preciso a plenária
da Assembleia Nacional Popular, que já não existe", também tenho as minhas
dúvidas sobre a viabilidade de realizar
um recenseamento de raiz em plena época das chuvas na Guiné-Bissau”, referiu.
Segundo Simões Pereira, a falta de
recenseamento coloca também em causa a elaboração das listas dos partidos que
pretendem concorrer às eleições, o que segundo diz, deveria acontecer até 18 de outubro próximo.
Questionado sobre as principais propostas eleitorais do PAIGC, referiu que
"na Guiné-Bissau, é preciso começar pelo básico". "O PAIGC
entende que primeiro é preciso consolidar as instituições democráticas, porque
o grande problema da maioria dos países africanos é a questão do Estado. O
Estado não funciona. Às vezes até não existe", disse.
DSP sublinhou que é preciso que o cidadão guineense faça confiança nas
instituições como representantes de uma entidade de bem, numa entidade que faz
com que a justiça seja aplicável, que faça com que aquilo que é prioridade para
o povo seja igualmente prioridade para os governantes.
Perguntado ainda se considera ter a confiança do seu
partido, impedido pela justiça de realizar o congresso devido à
interposição de uma acção de um militante?
Simões Pereira respondeu que sim, uma vez que o Comité Central do partido continua
a aprovar as suas proposta por uma maioria superior a 90 por cento.
"Eu penso que todo o mundo já compreendeu que há uma estratégia de criar esta imagem de desgaste para ver se isso me convence a sair, porque me reconhecem como eventualmente o último reduto de resistência à essa tentativa de impôr o absolutismo na Guiné-Bissau", disse. ANG/DW
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