Nova
Iorque/ONU saúda
abolição da pena de morte pela Guiné Equatorial
Bissau, 21 Set 22 (ANG) - A Alta Comissária interina das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Nada Al-Nashif, saudou terça-feira a adopção
de um novo código penal na Guiné Equatorial que consagra a abolição da pena de
morte.
"Saúdo a adopção de
um novo código penal na Guiné Equatorial, que consagra a abolição da pena de
morte. A pena de morte é incompatível com os princípios fundamentais dos
direitos humanos e da dignidade", escreve a diplomata jordana, numa nota à
comunicação social do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, em Genebra.
Com a assinatura do novo
código penal pelo Presidente, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a "Guiné
Equatorial torna-se o 25.º Estado africano a abolir a pena de morte, reforçando
ainda mais a tendência mundial para a abolição universal e contribuindo para o
reforço e desenvolvimento dos direitos humanos", acrescenta Nada
Al-Nashif.
Até agora, cerca de 170
estados em todo o mundo aboliram ou introduziram moratórias contra a pena de
morte, quer nas leis nacionais, quer nas respetivas práticas penais, sublinha a
ONU.
"A Guiné Equatorial
não executa uma pena de morte desde Janeiro de 2014, quando foi imposta uma
moratória temporária à pena de morte", acrescenta Al-Nashif.
O vice-presidente
equato-guineense, Teodoro Nguema Obiang Mangue, anunciou esta segunda-feira na
sua página na rede social Facebook que a "Guiné Equatorial aboliu a pena
de morte", considerando este como um passo "histórico" para o
país.
"Histórico e
memorável para o nosso país na gestão do respeito dos Direitos Humanos. Escrevo
com letras maiúsculas para selar este momento único: A GUINÉ EQUATORIAL ABOLIU
A PENA DE MORTE", escreveu o vice-Presidente, filho do Presidente Teodoro
Obiang, no poder desde 1979.
A medida - divulgada a
cerca de dois meses das eleições locais, legislativas e presidenciais - era
reclamada interna e externamente há vários anos e foi prometida para
"breve" pelo chefe de Estado equato-guineense no início de Março
último.
Teodorín, nome por que é
conhecido o filho de Teodoro Obiang, publicou igualmente uma imagem do novo
Código Penal do país, assinado pelo seu pai, cujo artigo 26.º do capítulo I,
relativo às penas em geral, determina que "na aplicação das penas, fica
totalmente abolida a pena de morte na Guiné Equatorial".
O novo código penal, Lei
n.º 4/2022, assinado pelo chefe de Estado no passado dia 17 de Agosto, entra em
vigor 90 dias depois da respectiva publicação em diário oficial.
O compromisso de
abolição da pena de morte constava do roteiro que a Guiné Equatorial, cujo
regime é acusado por organizações internacionais de violação dos direitos
humanos, se comprometeu a aplicar aquando da adesão à Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), em 2014. ANG/Angop
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