Nuclear iraniano/ Negociações de novo bloqueadas
Bissau, 14 Set 22 (ANG) - O programa nuclear iraniano
volta a ser discutido esta semana em Viena, durante o conselho da Agência
Internacional de Energia Atómica.
Teerão quer o
encerramento dos dossiers seguidos pela AIEA para reelançar o acordo. Paris,
Berlim e Londres lamentam que o Irão tenha escolhido «não aproveitar
esta oportunidade diplomática decisiva».
Se, nas últimas semanas, a reforma das
negociações sobre o acordo nuclear iraniano de 2015 parecia ser uma realidade,
agora várias fontes dizem que essa perspectiva está cada vez mais longe.
O dossier será analisado esta semana em
Viena, durante o conselho da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). A
organização sublinha que não consegue garantir que o programa nuclear do Irão
seja «exclusivamente pacífico».
Um comunicado conjunto de Paris, Berlim e
Londres veio deitar por terra as especulações sobre uma possível relação do
acordo de 2015 sobre o nuclear iraniano: «Infelizmente, o Irão escolheu não
aproveitar esta oportunidade diplomática decisiva. Em vez disso, continua a
desenvolver o seu programa nuclear muito além de toda e qualquer justificação
civil plausível».
Desde o ano passado que intensas
negociações acontecem em Viena com um duplo objectivo: primeiro, de trazer de
volta os Estados Unidos da América ao acordo – do qual Donald Trump saiu em
2018 - e, segundo, estabelecer os parâmetros do compromisso: garantia do
carácter civil do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das
sanções. Um desafio titânico, na medida em que Teerão respondeu à decisão do
ex-presidente norte-americano ao acelerar os trabalhos nucleares, ultrapassando
recorrentemente todos os limites.
Durante o verão, as últimas sessões foram
consagradas a um documento-compromisso redigido pela União Europeia. A resposta
de Teerão chegou a 1 de Setembro, «um passo atrás», segundo o chefe da diplomacia
norte-americana, Anthony Blinken. «Uma situação de bloqueio, uma situação
crítica» alerta uma fonte diplomática francesa.
O principal ponto de discórdia aparece no
relatório da AIEA, publicado na semana passada, no qual a agência diz não poder
garantir que o programa nuclear iraniano é «exclusivamente pacífico». A AIEA
continua sem informação a propósito de três locais, que Teerão não declarou no
seu programa, mas onde foram misteriosamente detectados vestígios de urânio no
seu estado não-natural.
Para relançar o acordo nuclear de 2015, o Irão pede o encerramento dos dossiers seguidos pela AIEA. Impossível, diz a Agência Internacional de Energia Atómica que levanta a bandeira das «obrigações legais» ao estado islâmico. ANG/RFI
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