Ucrânia/Início
de referendos sobre anexação parcial pela Rússia
Bissau, 23 Set 22(ANG) – Os referendos sobre a anexação pela Rússia começaram hoje em partes da Ucrânia, total ou parcialmente controladas por Moscovo, noticiaram as agências russas, com Kiev e o Ocidente a apelidarem estas consultas de “uma farsa”.
A
votação, que começou às 05:00 TMG, vai decorrer até terça-feira nas regiões separatistas
pró-russas de Donetsk e Lugansk (leste) e nas áreas sob ocupação russa nas regiões de
Kherson e Zaporijia (sul), enquanto decorre a ofensiva militar de Moscovo
contra a Ucrânia.
Os
parlamentos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk,
reconhecidas pelo Kremlin a 21 de fevereiro passado, convocaram um referendo de
integração na Rússia entre hoje e 27 de setembro, ao qual se juntaram as
regiões de Kherson e Zaporijia, parcialmente sob domínio russo.
O
anúncio oficial de realização dessas consultas populares para anexação dos
territórios ucranianos sob ocupação russa foi feito num discurso à nação
proferido na quarta-feira pelo Presidente russo, Vladimir Putin, juntamente com
o da mobilização de 300 mil reservistas russos para combater na Ucrânia e de
uma ameaça velada de utilização de armas nucleares contra o Ocidente.
Em
2014, as autoridades russófonas na Crimeia convocaram um referendo de adesão à
Rússia, cujo resultado legitimou a anexação da península por Moscovo.
A
ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a
fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados
internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais
recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na
Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A
invasão russa – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e
desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade
da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a
Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU
apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616
feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
ANG/Inforpress/Lusa
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