Madagáscar/
Governo caiu após a morte de 22 pessoas
Bissau, 30 set 25(ANG) - Em Madagáscar, o Presidente Andry Rajoelina
anunciou na segunda-feira à noite, numa alocução na televisão, que todo o
Governo foi demitido, inclusive o Primeiro-ministro desde 2018, Christian
Ntsay. No entanto, o Presidente não se demitiu como pediam os manifestantes.
Segundo o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os direitos humanos, pelo menos «22 pessoas morreram e centenas ficaram feridas pelas forças de
segurança», isto durante os
protestos e igualmente durante as violências e as pilhagens perpetradas
por indivíduos sem ligações com as manifestações.
O Presidente malgaxe, Andry
Rajoelina, num discurso televisivo de 17 minutos, começou por enviar uma mensagem de
condolências às famílias das vítimas.
«Sinto-me solidário com aqueles que perderam
familiares e desejo uma rápida recuperação aos feridos. Também me solidarizo com
aqueles que foram roubados e perderam os seus bens».
«Ouvi as vossas vozes, os vossos pedidos. E peço
desculpa se membros do Governo não fizeram o trabalho que o povo esperava. […]
De acordo com o artigo 54° da Constituição, decidi colocar um ponto final às
funções do Primeiro-Ministro e do seu Governo. Vamos constituir um Governo que
trabalhará para o povo. Por conseguinte, para aqueles que desejam servir o país
longe da corrupção, que desejam o bem do povo, que possuam as competências
necessárias para liderar determinados departamentos ministeriais, convido-os a
candidatarem-se».
Durante a alocução, o Chefe de Estado prometeu que as empresas vítimas de vandalismo seriam
apoiadas com «empréstimos com taxa zero e com subvenções do
Estado».
Nas redes sociais, os manifestantes admitiram que estão «decepcionados» porque o «Presidente
não pediu desculpas e não se responsabilizou pelas violências cometidas pelas
forças de segurança».
Um novo apelo foi emitido
pelos manifestantes para prosseguirem com os protestos, enquanto o Ministério
dos Negócios Estrangeiros desmentiu o balanço da ONU de 22 mortos, mas também não avançou com números.
Recorde-se que na segunda-feira, milhares de jovens malgaxes protestaram pelo
terceiro dia consecutivo contra os cortes de água e de electricidade,
bem como para o respeito das liberdades fundamentais.ANG/RFI

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