ONU/Comissão de investigação independente acusa Israel de genocídio em Gaza
Bissau, 16 Set 25(ANG) – Uma comissão internacional independente de investigação da ONU acusou hoje Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em 07 de Outubro de 2023, com a "intenção de destruir" os palestinianos.
Israel
"rejeita categoricamente" este "relatório tendencioso e
mentiroso e pede a dissolução imediata" da Comissão, afirmou hoje, em
comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.
Os mais
altos dirigentes israelitas "orquestraram uma campanha genocida",
acrescentou Navi Pillay, de 83 anos, antiga alta comissária das Nações Unidas
para os Direitos Humanos.
A
Comissão "concluiu que o Presidente israelita, Isaac Herzog, o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa,
Yoav Gallant, incitaram o genocídio e que as autoridades israelitas não tomaram
qualquer medida contra estas pessoas para punir essa incitação".
As
investigações, que têm como ponto de partida os ataques do grupo islamita
palestiniano Hamas contra Israel, em 07 de Outubro de 2023, demonstraram que as
autoridades e as forças de segurança israelitas cometeram "quatro dos
cinco actos genocidas" definidos pela Convenção para a Prevenção e Punição
do Crime de Genocídio de 1948.
Estes
crimes são, nomeadamente, "matar membros de um grupo; causar danos físicos
ou mentais graves a membros de um grupo; impor deliberadamente ao grupo
condições de vida calculadas para causar a sua destruição física, total ou
parcial; e medidas destinadas a impedir nascimentos dentro de um grupo".
"A
comunidade internacional não pode permanecer em silêncio perante a campanha
genocida lançada por Israel contra o povo palestiniano em Gaza. Quando surgem
sinais e provas claras de genocídio, a omissão em agir para o impedir equivale
a cumplicidade", segundo a Comissão.
A
Comissão não é um órgão legal, mas os seus relatórios podem aumentar a pressão
diplomática e servir para reunir provas para serem utilizados pelos tribunais.
A comissão tem um acordo de cooperação com o Tribunal Penal Internacional
(TPI), com o qual é partilhado "milhares de informações", segundo a
presidente da Comissão da ONU.
A
campanha de represália militar no território palestiniano fez quase 65 mil
mortos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas,
que a ONU considera fiáveis. Pelo menos 41 residentes de Gaza morreram entre a
noite de segunda-feira e hoje devido aos bombardeamentos israelitas na Faixa de
Gaza, numa das noites mais mortíferas desde que Israel lançou a sua operação
terrestre na Cidade de Gaza.
O
Exército israelita lançou hoje uma ofensiva em grande escala para tentar
capturar a Cidade de Gaza, localizada no norte da Faixa de Gaza, após semanas
de intensos bombardeamentos e ordens de retirada para expulsar a população da
zona. Anteriormente, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou que
"Gaza está em chamas" diante dos ataques do Exército israelita.
"As
Forças de Defesa de Israel (FDI) estão a destruir a infra-estrutura terrorista
com mão pesada e os soldados das FDI estão a lutar bravamente para criar as
condições necessárias para a libertação dos reféns e para a derrota do
Hamas", declarou Katz.
ANG/Inforpress/Lusa

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