China/ Governo aguarda "diálogo construtivo" com Vaticano após eleição de Leão XIV
Bissau, 09 Mai 25 (ANG) - A China felicitou hoje o novo Papa, Leão
XIV, e manifestou esperança de que o Vaticano mantenha uma atitude construtiva
no diálogo com Pequim, no contexto de uma relação complexa, mas em processo de
aproximação.
“Sustentamos
as nossas felicitações ao Cardeal Robert Prevost pela sua eleição como novo
Papa", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês,
Lin Jian, em conferência de imprensa.
"Esperamos que, sob a sua liderança, o
Vaticano continue a manter um diálogo construtivo com a China, a aprofundar a
comunicação sobre questões internacionais de interesse comum e a trabalhar em
conjunto connosco para promover a melhoria contínua das relações",
acrescentou.
Lin referiu ainda que Pequim deseja que ambas
as partes contribuam "para a paz, a estabilidade e a prosperidade globais".
As duas organizações católicas chinesas
apoiadas por Pequim, a Associação Patriótica Católica Chinesa e a Conferência
Episcopal da Igreja Católica na China, felicitaram também hoje a eleição de
Robert Francis Prevost como novo pontífice.
Ambas as organizações enviaram uma mensagem
de felicitações ao novo papa, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
As igrejas católicas no país asiático têm de
se registar e funcionar sob a alçada da Associação Patriótica Católica, uma
organização supervisionada pelo Departamento de Trabalho da Frente Unida do
Partido Comunista, que o Vaticano não reconhece.
Durante décadas, a nomeação de bispos foi
ponto de discórdia entre o Vaticano e a China, que não têm relações
diplomáticas.
Mas uma reaproximação inédita entre
o Vaticano e a República Popular da China nos últimos anos resultou num
acordo histórico sobre a nomeação dos bispos católicos chineses.
O regime comunista reteve a autoridade
de propor os nomes dos candidatos a bispos, mas é agora o Papa que tem a
palavra final, podendo aprovar ou recusar a nomeação.
Críticos do acordo afirmam que se trata de
uma "traição" aos católicos chineses que se mantiveram fiéis ao
Vaticano, enquanto grupos de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de
ter aproveitado o pacto para levar a cabo uma ofensiva para desmantelar as
chamadas igrejas "clandestinas", que operavam fora da alçada do
regime. ANG/Lusa

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