segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sindicato de Jornalistas

Empossada reeleita Direcção do SINJOTECS

Bissau, ANG – O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECs) pretende paralisar o sector nos dias 30 de Novembro, 1 e 2 de Dezembro do ano em curso, para exigir a execução da sentença do Tribunal Regional de Gabú que condenou o Estado guineense a indemnizar os jornalistas e familiares dos que pereceram no acidente de 2005.

“Vamos, dentro em breve, proceder a entrega de um caderno reivindicativo ao governo”, advertiu o Presidente do SINJOTECS na cerimónia de empossamento dos corpos sociais eleitos no Iº Congresso desta organização que ocorreu à 20 de Agosto passado.

Mamadú Candé avisou a justiça guineense e ao governo em particular de que o SINJOTECS está impaciente a aguardar a execução da sentença ditada pelo Tribunal de Gabú á mais de mais de 5 anos.

“O SINJOTECS vai boicotar todas as actividades do Secretariado Nacional de Luta Contra Sida (SNLC) como a forma de pressão para o pagamento das indemnizações dos jornalistas feridos e dos familiares dos que morreram no acidente de 1 de Dezembro de 2005”, ameaçou O presidente.

Como forma de garantir o sucesso da projectada paralisação, Mamadú Candé já vai avisando as direcções sindicais de base de todos os órgãos públicos, privados e comunitários no sentido de estarem preparados e que aceitem acatar a decisão que emanar do SINJOTECS.  

Entretanto, o Presidente deixou a promessa de que a Direcção por si encabeçada e que agora toma posse vai trabalhar em prol da classe, criando-lhe condições para o exercício cabal da sua missão de formar, informar e educar a sociedade guineense.

O Presidente garantiu que dentro de pouco tempo a organização sindical irá dar uma nova dinâmica no seio da classe, o que passa pela definição das regras de trabalho, atribuição de carteira profissional e adopção da convenção colectiva no quadro da União dos Jornalistas da África Ocidental (UJAO), como condições indispensáveis para o exercício de jornalismo responsável, isenta e independente.

“Conhecendo os problemas que a classe enfrenta os profissionais da comunicação social, essa direcção está encorajada e determinada à trabalhar para encontrar soluções dos mesmos, sobretudo vai organizar e defender a classe contra carência de toda ordem, designadamente a precariedade salarial e laboral a que a classe está submetida pelo patronato e manipulações”, observou.

Acrescentou que sob pretexto de exercício democrático, certos sectores da sociedade procuram em vão utilizar a imprensa na sua “covarde luta” para “imoralidade” promovendo “insultos”, quando simplesmente estão a lutar para inversão das conquistas e dos valores nacionais.

De acordo com Mamadú Candé o SINJOTECS estará atento, firme e vigilante sobre aqueles que tentam, no seio da classe e sob a capa de exercício da liberdade da imprensa e de expressão, teimosamente a promover “jornalismo barato”, pondo em causa a dignidade dos profissionais, através de iniciativas desprovidas de qualquer caris ético e deontológico.

Ao usar de palavras no acto a Ministra da Presidência da Presidência do Conselho de Ministros, da Comunicação Social e Assuntos Parlamentares que presidiu a cerimónia qualificou o acto de fruto de um exercício democrático que nas suas linhas gerais foi livre, transparente e justo.

Maria Adiatu Nandigna afirmou que testemunha-se assim que depois de longos anos de luta, a classe conseguiu, com este empossamento, juntar-se a uma única caminhada sob a orientação do sindicato para tratarem do problema que os afecta, podendo assim participar eficazmente na luta pela promoção da estabilidade, da paz, do progresso e do desenvolvimento do país.

A Ministra sublinhou que não é por acaso que o Governo destaca a promoção da liberdade da imprensa e independência dos órgãos face aos poderes políticos e económicos seja uma realidade no país, viabilizando assim o confronto de correntes de opiniões que o pluralismo social e a sociedade democrática legitimam.

“O Governo considera o SINJOTECS, que aglutina no seu seio comunicadores sociais imbuídos da responsabilidade de serem os olhos, ouvidos e a boca do povo, como parceiro incontornável em todos os processos em que se encontra empenhado”, sublinhou a Ministra.

Acrescentou que apesar de parcos meios de que dispõe e com apoios de alguns parceiros, estão em curso ciclos de superação e de capacitação dos profissionais da comunicação social, que terão lugar dentro e fora do país devendo estes estenderem-se por mais de três anos.

Assegurou que não obstantes as dificuldades serem enormes, o Governo tudo fará para melhorar as condições dos órgãos da comunicação social públicos e os seus profissionais, sem contudo descurar apoios para o sector privado, cujo papel elogiou.

“O governo quer uma comunicação forte, isenta independente e responsável e que seja expressão da realidade múltipla do país” frisou tendo aconselhado o SINJOTECS a optar pelo diálogo em relação a projectada paralisação em relação ao caso 1 de Dezembro.

Paralelamente aos 12 membros da Direcção, foram ainda conferidos posses aos elementos de órgãos sociais como Conselho Nacional, Conselho Fiscal, de Disciplina e de Deontologia.

 ANG/JAM/AI