Israel/Gaza será "totalmente destruída", diz ministro
Bissau, 06 mai 25 (ANG) - O ministro das Finanças
israelita, Bezalel Smotrich, de extrema-direita, afirmou hoje que a Faixa de
Gaza será "totalmente destruída" após a guerra em curso entre Israel
e o movimento islâmico palestiniano Hamas.
Questionado
sobre a sua visão para a Gaza do pós-guerra numa conferência de imprensa no
colonato israelita de Ofra, na Cisjordânia ocupada, Smotrich argumentou que a
população do enclave, depois de ser obrigada a deslocar-se para o sul, começará
a "sair em grande número para países terceiros".
Smotrich argumentou que a população da Faixa
de Gaza será "expulsa" numa "questão de meses", à medida
que o exército israelita for implementando o novo plano para o enclave
palestiniano, que inclui a expansão das operações militares para
"conquistar" o território.
"A vitória de Israel significa a
destruição total do território", afirmou durante um comício no colonato
ilegal de Ofra, situado a norte de Jerusalém.
Smotrich defendeu que a população de Gaza
terá de ir para sul, para "uma zona estabelecida onde o Hamas e o
terrorismo não estejam presentes".
"A partir do sul, seguirão um corredor
humanitário e começarão a partir em massa para outros países", disse, de
acordo com o Canal 7.
Na segunda-feira, o próprio Smotrich instou
os israelitas a "abraçar a palavra 'ocupação'" em relação à Faixa de
Gaza e garantiu que o governo "não entregará" estes territórios,
mesmo em troca de reféns. "A única maneira de libertar os reféns é
subjugar o Hamas. Qualquer retirada provocará o próximo 07 de outubro",
afirmou.
O ministro israelita explicou ainda que esta
"ocupação" prolongada é uma "etapa preliminar" necessária
antes da imposição da "soberania" israelita sobre o enclave.
"Primeiro, vamos derrotar o Hamas e impedir a sua existência",
afirmou.
Israel decidiu intensificar a guerra contra o
Hamas em Gaza, num plano que inclui conquistar mais território no enclave
palestiniano sitiado e convocar dezenas de milhares de reservistas.
O plano, executado de forma gradual, marcará
uma escalada significativa nos combates em Gaza, retomados em meados de março,
depois de Israel e o Hamas não terem conseguido chegar a acordo sobre a
possível extensão da trégua de oito semanas.
No domingo, o chefe do Estado-Maior Militar
de Israel, tenente-general Eyal Zamir, referiu que o exército estava a convocar
dezenas de milhares de reservistas, que Israel "operaria em áreas
adicionais" em Gaza e que continuaria a atacar a infraestruturas
militares.
Israel já controla cerca de metade do
território de Gaza, incluindo uma zona ao longo da fronteira com Israel,
e três corredores que se estendem de leste a oeste ao longo da faixa.
Este cenário faz concentrar muitos
palestinianos a faixas de terra cada vez mais pequenas no devastado território.
Israel tem vindo a aumentar a pressão sobre o grupo militante Hamas,
incentivando a demonstrar mais flexibilidade nas negociações.
No início de março, Israel suspendeu a
entrada de ajuda em Gaza, uma proibição que continua em vigor e que mergulhou o
território de 2,3 milhões de pessoas na pior crise humanitária da guerra.
A 18 de março, Israel retomou os ataques no
território, e morreram mais de 2.600 pessoas nas semanas seguintes, muitas
delas mulheres e crianças, de acordo com autoridades de saúde locais.
O cessar-fogo anterior tinha como objetivo
levar as partes a negociar o fim da guerra, mas esse objetivo tem sido um ponto
de discórdia recorrente nas negociações entre Israel e o Hamas.
A guerra em Gaza começou quando militantes
liderados pelo Hamas, em outubro de 2023, atacaram o sul de Israel, matando
1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns. Israel afirma que 59 reféns
permanecem em Gaza, embora se acredite que cerca de 35 estejam mortos.
A ofensiva israelita matou mais de 52.000
pessoas em Gaza, muitas delas mulheres e crianças, segundo autoridades de saúde
palestinianas, que não distinguem, nas contagens, combatentes e civis. ANG/Lusa

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