Administração Territorial/Ministro Aristides Ocante da Silva aponta diferendos fronteiriços como base de muitos conflitos em África
Bissau 08
Jul 25 (ANG) – O ministro da Administração Territorial e Poder Local, disse
hoje que os diferendos fronteiriços estiveram na base de vários conflitos em
diferentes pontos da África no passado.
Aristides Ocante da Silva fez estas declarações na abertura do seminário de capacitação dos membros da Comissão Nacional de Fronteiras da Guiné-Bissau(CNF-GB), sobre diversas temáticas relacionadas com a governação de fronteiras nomeadamente, “a delimitação de fronteiras”, “cooperação transfronteiriça” e “politicas de gestão de fronteiras”.
Segundo
o governante, igualmente Presidente da CNF-G-B, nas perspetivas das resoluções
dos conflitos relacionados as fronteiras será necessário que haja sobretudo a
cooperação transfronteiriça e não a delimitação, uma vez que todas as
fronteiras já haviam sido delimitadas.
“Por
isso, esperamos que no final deste ateliê, que os objetivos traçados fossem largamente
atingidos. E gostaria de agradecer a União Africana pela iniciativa e
engajamento em prol da estabilidade física nas fronteiras africanas e ao
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD), pelo apoio e
cooperação permanente à nossa CNF e na promoção da estabilidade fronteiriça
para paz e o desenvolvimento socioeconómico das nossas populações”, disse.
Por seu
turno, o representante da União Africana(UA) no país, Ovídio Pequeno salientou
que desde as independências dos Estados africanos, as fronteiras traçadas pelas potências
coloniais têm sido a causa de recorrentes conflitos e de diferendo a nível do
continente.
“O
programa fronteiras da União Africana constitui uma resposta directa aos desafios
que ainda persistem na base dos princípios da intangibilidade e ela é baseada
em três eixos, sendo o primeiro na assistência aos Estados membros nas questões
ligadas a delimitações, a segunda, na demarcação e a gestão das suas fronteiras
e a terceira tem a ver com trabalhar diretamente com as comunidades económicas
regionais com vista a facilitar as iniciativas de cooperação transfronteiriças “,
explicou.
Pequeno
assegurou que a UA está interessada em continuar a ajudar a
Guiné-Bissau no reforço do controlo das
fronteiras.
A
representante do PNUD, Alessandra Casazza, explicou que a gestão eficaz das
fronteiras envolve a protecção dos direitos das comunidades fronteiriços, o
incentivo ao comercio legal, a regulação de fluxos migratórios, o uso
sustentável de terra, e o combate coordenado contra ameaças graves, tais como tráfico de drogas, de seres humanos, contrabando
e a corrupção.
Casazza
defendeu que fortalecer a governação das
fronteiras é uma medida estratégica e necessária para enfrentar os desafios
transversais da Guiné-Bissau e da sub-região, diz que o ateliê representa ,
entre outras, a oportunidade do diálogo e cooperação com o Senegal e a República
da Guiné para o desenvolvimento de uma visão estratégica sobre as fronteiras
terrestres e marítimas da Guiné-Bissau.
“O PNUD
reafirma sua total disposição de continuar a apoiar os esforços da Guiné-Bissau
rumo ao fortalecimento da sua governação territorial, com foco na transparência,
nos direitos humanos e no desenvolvimento sustentável”, disse.
Durante
os quatro dias de formação isto é, de 08 á 11 de Julho, os participantes
abordarão, entre outros, temas relacionadas com a “governação de fronteiras”
sobretudo o que tem haver com a “delimitação”, cooperação transfronteiriça e “politicas
de gestão de fronteiras”.ANG/MSC/ÂC//SG

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