Brasil/Cimeira dos BRICS encerra com ameaças de novas taxas alfandegárias por parte dos EUA
Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - A cimeira dos BRICS, a aliança composta por
11 países do chamado Sul Global, foi encerrada segunda-feira, no Rio de janeiro.
O encontro
terminou sob tensão, após o presidente norte-americano Donald Trump ter
anunciado, na madrugada de domingo para segunda-feira, a implementação de novas
taxas alfandegárias contra qualquer país que se alinhe com as posições do
grupo.
Apesar do contexto internacional agitado, os 11 países optaram
por uma postura cautelosa. A declaração final, assinada ontem, condena os
ataques contra o Irão e expressa preocupação face à guerra comercial em curso —
mas sem mencionar directamente Israel e os Estados Unidos.
A declaração também menciona uma proposta sobre o conflito entre
Israel e a autoridade Palestiniana. A declaração propõe uma solução de dois
Estados, mas o ministro dos negócios estrangeiros iraniano Abbas Araghchi
expressou “reserva” e
afirmou que o Irão ia prestar propostas unilaterais.
Essa prudência, no entanto, não terá sido suficiente para Donald
Trump. Através da rede social Truth Social, o presidente norte-americano
anunciou a aplicação de uma taxa alfandegária adicional de 10% sobre todos os
países que, segundo ele, se alinhem com as chamadas “políticas antiamericanas” dos
BRICS. A medida deverá entrar em vigor a 1 de Agosto.
Um contexto que não impediu o presidente de Angola João Lourenço
que também preside a União Africana pedir à aliança dos BRICS para se virarem
para o continente africano.
"Sentimos que
estamos agora diante de uma possibilidade real, ao nível dos BRICS e das suas
instituições, de podermos falar sobre o financiamento para o desenvolvimento de
África e das infra-estruturas de que necessita para corresponder mais
cabalmente aos desafios que enfrenta, de modo a transpor os obstáculos que
condicionam a realização de projectos essenciais na área da agricultura,
saúde, educação, ciência e da tecnologia, energia, dos transportes, das telecomunicações
e de outros domínios”, disse João Lourenço.
O Chefe de Estado
de Angola acrescentou: "os BRICS podem ter um desempenho relevante e actuante no
sentido de se construir o maior equilíbrio na discussão sobre os temas
referentes à governação mundial entre o sul global e os países desenvolvidos.
Os BRICS têm neste contexto um campo de intervenção decisivo e fundamental para
que se reequilibre a abordagem relativa à ordem económica mundial em que
sobressaem as questões que dizem respeito ao comércio, assente sobre bases mais justas ao investimento e ao financiamento
em moldes menos onerosos para os mais necessitados." ANG/RFI

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