Política/”Umaro Sissoco Embaló tem mais a ganhar com a reaproximação ao Braima Camará”, diz o politólogo Rui Jorge Semedo
Bissau, 08 Jul 25(ANG) - O
politólogo guineense Rui Jorge Semedo afirmou segunda-feira que o Presidente Umaro Sissoco Embaló tem mais
a ganhar com uma aproximação ao líder de uma ala do MADEM-G15, Braima Camará,
do que o próprio partido.
Há quase dois anos que Braima Camará e Umaro Sissoco
Embaló, duas principais figuras do
MADEM-G15, a segunda maior força do parlamento dissolvida em dezembro de 2023,
estão em desacordo. O conflito entre ambos, segundo analistas, terá estado na
origem da divisão interna no partido, em
duas alas .
A análise de Rui Jorge Semedo surge após a circulação,
no último sábado, de um vídeo e de várias fotografias mostrando Braima Camará e
Sissoco Embaló juntos num hotel em Lisboa. Para o analista, “o ponto-chave é
entender se Braima Camará chegou à conclusão de que a forma de governar de
Embaló se aproxima, hoje, dos valores democráticos que ele próprio defende”.
O analista considera que esta suposta aproximação
entre Braima Camará e Sissoco Embaló não é surpreendente, pois “a política
guineense é marcada por incoerências sendo esta mais uma, e protagonizada por
Braima Camará”.
Em abril passado, Braima Camará defendeu publicamente
a necessidade de reconciliação interna no seio do MADEM-G15 e afirmou que quem
não estivesse “disponível” para o acompanhar nesse processo deveria
“afastar-se”. Essa declaração gerou inquietação entre alguns dos seus
apoiantes.
Com as imagens divulgadas no sábado, em Lisboa, é
possível que novas decisões partidárias surjam, alianças sejam reconfiguradas e
a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API - Cabas Garandi) corra o risco de
fragmentar-se.
O Braima Camará, por enquanto contínua em silêncio
mesmo com as imagens a circularem nas redes sociais e com algumas reações e
questionamento sobre o seu possível reaproximação ao presidente Embaló
Entretanto, enquanto Sissoco Embaló e Braima Camará se
aproximam, José Carlos Macedo Monteiro e Botche Candé entram em rota de
colisão. Há duas semanas, o líder do PTG acusou José Carlos Macedo de se
“imiscuir” nos assuntos internos do seu partido. Após essas acusações, surgiram
denúncias de um suposto mal-estar entre os dois dirigentes do Ministério do
Interior e da Ordem Pública.
Sobre o assunto, Rui Jorge Semedo afirma que “o atual
cenário resulta da proximidade das eleições simultâneas legislativas e
presidenciais ou de uma tentativa de agradar o presidente Sissoco Embaló”.
Este clima de desconfiança e acusações pode também pôr
em risco a Plataforma Republicana (Nó Kumpo Guiné), da qual ambos os políticos
são membros influentes.ANG/RSM

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