Rússia/Escritor Boris Akunin condenado a 14 anos de prisão
Bissau, 14 Jul 25 (ANG) –O tribunal do Segundo Distrito Militar Ocidental proferiu a sentença contra o autor, de 69 anos, especificando que a condenação também se deve por o escritor se recusar a cumprir os deveres como agente estrangeiro, uma lista na qual foi incluído em 2023.
Akunin, exilado há
mais de uma década, é acusado de justificar o terrorismo, de contribuir para
atividades terroristas e de se recusar a cumprir os deveres como agente
estrangeiro, uma lista em que foi colocado em 2023.
O escritor, que desde
2014 se tem mostrado muito crítico em relação à guerra na Ucrânia, terá de
cumprir a pena numa prisão de segurança máxima, explicou o procurador durante a
audiência no tribunal do Segundo Distrito Militar Ocidental.
No início do ano
passado, já tinha sido declarado procurado por defender ações terroristas e
divulgar informações falsas sobre as forças armadas russas.
Em 2000, Akunin
(pseudónimo de Grigori Chjartishvili) foi declarado "escritor russo do
ano" e recebeu numerosos prémios fora da Rússia, foi incluído numa lista
de "extremistas e terroristas" em 2023.
O escritor ganhou
fama com uma série de romances ambientados na segunda metade do século XIX e no
início do século XX, em que Erast Fandorin, um detetive, se tornou uma
personagem cativante para os leitores.
Na véspera do início
da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Akunin deu uma entrevista à
agência de notícias EFE na qual acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de
ser "um ditador" com ambições pós-imperialistas e de ter levado o
país a um estado de "semi-desintegração".
Moscovo considera a
Ucrânia e as outras antigas repúblicas soviéticas parte da sua "zona de
influência" e não quer que esta diminua. Toda a crise ucraniana, desde a
tomada da Crimeia até ao financiamento da revolta no Donbass, é um castigo para
a Ucrânia porque, em 2014, o novo governo decidiu virar-se do Leste para o
Oeste", afirmou, na altura, o autor.
Akunin descreveu
Putin como "um político do século XX", quando se pensava que
"quanto mais território um país tem e quanto mais temido é no mundo, mais
poderoso é".
Apesar de considerar
que "ainda tem um longo caminho a percorrer para ser como [Josef]
Estaline", Akunin disse acreditar que Putin está a seguir o caminho do
ditador: "eliminar a divisão de poderes, privar as regiões de toda a
autonomia, colocar-se à margem de qualquer crítica, destruir a independência
judicial".ANG/Lusa

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