Turquia/Partido curdo anuncia desarmamento em "sinal de boa vontade" com Turquia
Bissau, 01 Jul
25 (ANG) - Representantes de partidos políticos, observadores locais e
jornalistas são esperados na cerimónia no norte do Iraque, que poderá ter lugar
entre 03 e 10 de julho, de acordo com a imprensa local.
Dois comandantes no
Iraque do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização armada
considerada terrorista pela Turquia, anunciaram hoje que alguns combatentes vão
começar a desarmar-se em "sinal de boa vontade" com Ancara.
"Como gesto de boa vontade, vários combatentes do PKK que
participaram na luta contra as forças turcas nos últimos anos vão destruir ou
queimar as armas durante uma cerimónia nos próximos dias", disse à agência
de notícias France-Presse (AFP) um comandante curdo, que pediu para não ser
identificado, tendo um outro comandante confirmado as informações avançadas.
Representantes de partidos políticos, observadores locais e
jornalistas são esperados na cerimónia no norte do Iraque, que poderá ter lugar
entre 03 e 10 de julho, de acordo com a imprensa local.
Há anos que os comandantes e os combatentes do PKK estão a retirar-se
para as montanhas do norte do Iraque.
Em 12 de maio, o PKK anunciou a dissolução e o fim de mais de
quatro décadas de guerrilha que causou mais de 40.000 mortos, em resposta a um
apelo feito no final de fevereiro pelo líder histórico Abdullah Ocalan, preso
desde 1999 na ilha-prisão de Imrali, ao largo de Istambul.
O comandante do PKK contactado pela AFP indicou que Ocalan
poderá ainda divulgar um comunicado.
Na semana passada, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan,
declarou que ia encontrar-se nos próximos dias com uma delegação do Partido
para a Igualdade e Democracia do Povo (DEM, antigo HDP - Partido
Democrático dos Povos), a principal força política pró-curda na Turquia, que
desempenhou um papel fundamental na troca de mensagens entre Ocalan e Ancara.
Este gesto do chefe de Estado turco surgiu depois de ter
anunciado, a 27 de maio, a criação de uma equipa jurídica para redigir uma nova
Constituição, o que alguns analistas e opositores disseram recear que Erdogan
pretenda manter-se no poder, uma vez que não se pode recandidatar.
O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, e os
aliados nacionalistas não têm os votos necessários para aprovar uma nova
Constituição.
Alguns analistas disseram acreditar que o recente esforço do
Governo para terminar o conflito de décadas com o PKK faz parte da estratégia
para ganhar o apoio de um partido pró-curdo no parlamento.
O exército turco mantém dezenas de posições no Curdistão autónomo, no norte do Iraque, a partir de onde conduz há anos operações terrestres e aéreas contra o PKK, que foi forçado a retirar-se.ANG/Lusa

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