Febre Lassa/Segunda
Conferência termina com apelo a práticas seguras de armazenamento de alimentos
para reduzir exposição a roedores
Bissau, 16 Set 25 (ANG)
- A 2.ª Conferência Internacional da
CEDEAO sobre a Febre de Lassa terminou quinta-feira,(11), em Abidjan, Côte d’Ivoire, com
um apelo às comunidades para adotarem práticas seguras de armazenamento de
alimentos a fim de reduzir a exposição a roedores, um vetor-chave da febre de
Lassa.
Segundo o Comunicado final
da Conferência, os participantes concordaram sobre a importância da partilha de
dados e de investigações conjuntas de surtos para travar a propagação de doenças
através de fronteiras porosas.
A conferência reafirmou a
urgência de enfrentar a febre de Lassa como uma prioridade de segurança sanitária
regional, posicionando a África Ocidental na linha da frente da preparação epidémica
mundial.
O comunicado refere que com
os compromissos assumidos em Abidjan, os Estados-Membros da CEDEAO e os
parceiros visam acelerar os progressos rumo à implementação da Agenda de Controlo
da Febre de Lassa, que inclui o desenvolvimento e lançamento de uma vacina licenciada
contra a febre de Lassa, o alargamento do acesso ao diagnóstico e tratamento, e
o reforço da resiliência comunitária face a futuros surtos.
Após quatro dias de debates
de alto nível e partilha de conhecimentos e compromissos estratégicos, o papel
crucial dos meios da comunicação social e da sociedade civil foi destacado para
colmatar lacunas de confiança e combater a hesitação relativamente às vacinas
na região.
No encontro que reuniu mais
de 800 decisores políticos, cientistas, profissionais de saúde e parceiros de
desenvolvimento de toda a África Ocidental
para enfrentar uma das ameaças epidémicas mais persistentes da região,
centrou-se em seis pilares temáticos: coordenação regional, avanço das medidas
médicas, vigilância e deteção precoce, inovações tecnológicas, envolvimento
comunitário e financiamento sustentável.
Antes da cerimónia de
abertura, os Ministros da Saúde dos Estados-Membros da CEDEAO reuniram-se numa
Mesa-redonda sobre a Aceleração da
Preparação da
vacina contra a Febre de
Lassa, do encontrou saiu os compromissos de se avançar no desenvolvimento e
garantia do acesso equitativo às vacinas contra a febre de Lassa para as populações em risco, de reforçar a colaboração
regional em vigilância, investigação e resposta a surtos, de mobilização de
financiamento sustentável e vontade política para assegurar uma preparação epidémica
de longo prazo.
Esses compromissos , indica
o comunicado , representam um marco significativo para a solidariedade e
liderança regionais, e um reconhecimento de que nenhum país pode enfrentar
sozinho a febre de Lassa.
O Ministro da Saúde da
Nigéria, Mohamad Ali Pate sublinhou , na ocasião, a necessidade de haver soluções
lideradas por africanos para combater a febre de Lassa, enfatizando que a
investigação, o desenvolvimento de vacinas e a resposta a epidemias devem estar
enraizados nas realidades da região.
“Esta conferência demonstrou
o poder da solidariedade regional. Juntos, estamos a
passar da discussão para a
ação, construindo uma África Ocidental unida e preparada para enfrentar a febre
de Lassa e futuras epidemias”, afirmou o Dr. Melchior Athanase J. C. Aïssi, Diretor-Geral da Organização Oeste Africana
da Saúde (OOAS).
“O nosso compromisso
coletivo em avançar numa agenda de preparação, resposta e controlo da febre de Lassa, incluindo o
desenvolvimento de vacinas e outras medidas médicas, marca um ponto de viragem
na África Ocidental. É um momento estratégico de liderança regional conjunta
para elevar a saúde das nossas populações”, declarou o Dr.Abdourahmane Diallo,
Diretor de Gestão de Programas, Escritório Regional da OMS para África.
A Conferência Internacional
da CEDEAO sobre a Febre de Lassa foi organizada pela Organização Oeste Africana
da Saúde (OOAS) em parceria com a Organização Mundial da Saúde [Região
Africana], a Coligação para Inovações na Preparação para Epidemias (CEPI), o
Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e outros intervenientes
regionais.
Estima-se que a febre de
Lassa infecta entre 100.000 a 300.000 pessoas anualmente na região das quais
cerca de 5 mil morrem.
A doença é endémica na
Libéria, Gana, República da Guiné, Nigéria e Serra Leoa.
A edição de 2025 da Conferência
internacional sobre Lassa realizou-se em Abidjan, Côte d’Ivoire, de 8 a 11 de setembro.
ANG//SG

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