Médio Oriente/Associação internacional de peritos acusa Israel de genocídio em Gaza
Bissau, 02 set 25(ANG) - A
International Association of Genocide Scholars (IAGS), principal associação
internacional de especialistas em genocídio, adoptou neste domingo uma
resolução afirmando que estão reunidos os critérios legais estabelecendo que
Israel está a cometer um genocídio na Faixa de Gaza.
"As políticas e acções de Israel em Gaza correspondem à definição jurídica de genocídio, tal como figura no artigo II da Convenção das Nações Unidas para a prevenção e repressão do crime de genocídio (1948)", diz a resolução validada por 86% dos eleitores da Associação internacional de pesquisadores do genocídio, que contabiliza 500 membros.
Segundo o documento consultado
pela RFI, são mencionados como critérios para definir o qualifica de genocídio, "a tortura, detenção arbitrária, a
violência sexual; ataques deliberados contra profissionais, trabalhadores
humanitários e jornalistas e a privação deliberada de alimentos, água,
medicamentos e electricidade essenciais para a sobrevivência da
população."
Neste sentido, a resolução estabelece
nomeadamente que "os
líderes governamentais israelitas, ministros de guerra e altos oficiais do
exército fizeram declarações explícitas sobre a "intenção de
destruir", caracterizando os palestinianos em Gaza, no seu todo, como
inimigos e "animais humanos" e declararam a intenção de infligir o
"máximo de danos" a Gaza, "arrasando Gaza," e transformando
Gaza em "inferno".
O Ministério dos Negócios
Estrangeiros de Israel que, nesta segunda-feira, qualificou esta declaração de "vergonha" disse
que ela é "inteiramente
baseada na campanha de mentiras do Hamas".
O Estado Hebraico que tem
desmentido categoricamente que suas acções na Faixa de Gaza constituem um
genocídio é actualmente alvo de uma queixa de genocídio apresentada perante o
Tribunal Internacional de Justiça da Haia.
No terreno, Israel continuou
hoje a bombardear a cidade de Gaza e também a fazer explodir veículos
armadilhados nas suas imediações, tendo causado pelo menos 19 mortos, de acordo
com as autoridades locais que dão conta de um total de 98 mortos nas últimas 24
horas em todo o território.
Ainda segundo o Hamas que
controla o enclave, só nesta segunda-feira morreram de fome nove pessoas, entre
as quais três crianças, o que faz ascender a 348 o número de óbitos
relacionados com a ausência de alimentos.
Entretanto, soube-se também nesta segunda-feira que a flotilha que saiu ontem do porto de Barcelona rumo a Gaza para fornecer apoio humanitário, teve que regressar ao ponto de partida devido a ventos violentos. De acordo com vários órgãos de comunicação espanhóis, os organizadores dessa missão deveriam reunir-se ainda nesta segunda-feira para determinar uma nova data de partida da flotilha.ANG/RFI

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