Terramoto no Afeganistão/balanço sobe para mais de 2.200 mortos
Bissau, 05 set 25(ANG) - O terramoto de magnitude 6
que atingiu o Afeganistão na noite de domingo provocou mais de 2.200 mortos e
afectou directa ou indirectamente mais de 84 mil pessoas, segundo um balanço
actualizado nesta quinta-feira pelas autoridades talibãs que qualificaram este
como tendo sido "de longe o sismo mais mortífero na história recente do
país".
Nas aldeias montanhosas da província de
Kunar, onde se registou a quase totalidade das vítimas e cerca de 4.000
feridos, os deslizamentos de terra estão a dificultar o acesso dos socorros. Há
quatro dias que milhares de famílias pobres e doravante sem-abrigo se encontram
ao relento à espera da chegada de apoio.
Até ao momento, "algumas aldeias ainda não receberam
ajuda", refere Ijaz Ulhaq Yaad, um alto funcionário do distrito
de Nourgal em Kunar. "Temos medo, houve muitas réplicas", diz Awrangzeeb Nouri,
de 35 anos, na sua aldeia de Dara-i-Nur, na província de Nangarhar, também
afectada pelo sismo. "Passamos o dia e a noite em campos, deixamos as nossas casas",
acrescenta.
Aquele que é desde já considerado o
sismo mais mortífero da história recente do Afeganistão destruiu 7.000
habitações nas províncias de Kunar, Laghman e Nangarhar, no leste do país.
De acordo com as autoridades afegãs, o
balanço ainda pode piorar dado que "centenas de corpos foram encontrados
nas casas destruídas" durante as "operações de busca e salvamento ainda
em curso".
No mesmo sentido, para a Organização
Mundial da Saúde, as possibilidades de encontrar sobreviventes "diminuem rapidamente",
sendo que "chuvas
agravaram ainda mais" a situação.
As autoridades talibãs, já confrontadas
com terramotos devastadores em 2022 e 2023, alertam que não poderão lidar
sozinhas com esta situação. Todavia, para a ONU e outras ONGs presentes no
terreno, esta catástrofe chegou "no
pior momento". Desde o início do ano, estas entidades tiveram
que reduzir a sua assistência aos afegãos devido aos cortes na ajuda
internacional.
A OMS, que alertou sobre o risco de epidemias, lançou um novo apelo de quatro milhões de Dólares para responder às necessidades "imensas" após o sismo, enquanto a ONU já disponibilizou cinco milhões de Dólares.ANG/RFI

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