Política/ Domingos Simões Pereira contesta exclusão do Tribunal de Justiça
Bissau, 15 Out 25 (ANG) - O Supremo
Tribunal de Justiça(STJ) confirmou , terça-feira, a exclusão da candidatura
presidencial de Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e apoiado pela
coligação PAI Terra Ranka, alegando falta de validade legal numa
decisão considerada definitiva e sem recurso.
À RFI, Domingos Simões Pereira rejeita alegitimidade do anúncio, afirma não reconhecer a decisão e garante ter cumprido
todos os requisitos para ser candidato.
A exclusão baseia-se no entendimento de que a coligação PAI Terra Ranka não
teria legitimidade para apoiar a candidatura, uma vez que o PAIGC não concorreu
de forma isolada às últimas eleições legislativas. Esta interpretação deixa
Domingos Simões Pereira fora da corrida presidencial marcada para 23 de
Novembro.
Em entrevista à RFI, o dirigente do PAIGC contestou a
legitimidade da decisão, declarando que não reconhece a entidade que falou em
nome do Supremo Tribunal, já que, "não
houve reunião plenária oficial dos juízes conselheiros".
Recordou ainda que uma plenária foi convocada para analisar reclamações, o que,
na sua leitura, significa que "a
lista definitiva de candidaturas ainda não foi publicada".
Domingos Simões Pereira afirmou ter cumprido todos os requisitos
legais exigidos, incluindo "documentos
de identificação, registo criminal e cartão de eleitor",
sublinhando que já concorreu em 2019 "com
a mesma documentação". Criticou a forma inédita de
comunicação do Supremo Tribunal de Justiça, que optou por "conferências de imprensa em vez
de notificações formais".
“O que sabemos é que as decisões devem ser tomadas em plenária e
publicadas oficialmente. Isso não aconteceu”, denunciou o
candidato, garantindo não ter recebido qualquer notificação formal sobre a
rejeição da sua candidatura.
O líder do maior partido da oposição sublinhou ainda que, caso a
via judicial lhe seja fechada, vai recorrer aos instrumentos políticos: “Se nos fecharem a porta da justiça, a
porta da política vai continuar aberta e falaremos com o povo guineense para
exigir o respeito pelos nossos direitos e liberdades”, defendeu.
Questionado sobre se considera estar a ser alvo de perseguição
política, Domingos Simões Pereira respondeu que essa pressão já existe “há muito tempo”. Acrescentou
que vai continuar a assumir responsabilidades em nome do partido e da coligação,
que descreveu como “fachos
de esperança para muitos guineenses”.
O dirigente do PAIGC garantiu que aguarda pela reunião plenária
prevista no Supremo Tribunal de Justiça, onde devem ser analisadas todas as
reclamações apresentadas. Segundo os advogados do PAIGC, a lista divulgada é
ainda provisória e só depois dessa sessão pode ser confirmada ou não a exclusão
definitiva.
Domingos Simões Pereira foi escolhido pelo Comité Central do
PAIGC, com o aval dos restantes partidos da coligação PAI Terra Ranka.
A RFI tentou obter reacção do porta-voz do Supremo Tribunal, Mamadu Embaló, que preferiu remeter para o comunicado oficial e para a conferência de imprensa realizada esta terça-feira, 14 de Outubro, em Bissau.ANG/RFI
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